segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Federico García Lorca


Federico García Lorca
uma Biografia

de Ian Gibson

Editora: Globo
Livros Biografia e Memória
tradução de Augusto Klein
Páginas - 608


Em 1936, no início da Guerra Civil, a Espanha perdia um de seus maiores poetas, já convertido numa de suas primeiras vítimas da brutal violência franquista que iria se abater sobre o país. Morto aos 38 anos, Federico García Lorca transformou-se em lenda. Nesta biografia, a mais completa que já se produziu sobre ele, alguns mitos são quebrados e sua rica personalidade se ilumina e se ressalta. Aliando precisão documental a um texto fácil e sensível, Ian Gibson constrói uma obra fascinante e definitiva, seguindo o poeta passo a passo em seu inexorável caminho até a morte, em Granada, quando estava pleno de vida e de projetos literários.

Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na faculdade de Direito de Granada em 1914, e cinco anos depois transfere-se para Madri, onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou seus primeiros poemas.

Grande parte dos seus primeiros trabalhos se baseiam em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928)

Concluído o curso, foi para os Estados Unidos da América e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi estadunidense. Expressou seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.

Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava suas idéias socialistas e, com fortes tendências homossexuais, foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol que, sob forte influência católica, ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX.

O AUTOR

Gibson nasceu em Dublin em 1939 e foi educado em Newtown, escola em Waterford, e Trinity College de Dublin. Foi docente de espanhol na Queen's University, Belfast, e, depois, se tornou especialista Literatura Moderna Espanhola, na Universidade de Londres. Em 1975 ele deixou a vida acadêmica para se tornar um escritor em tempo integral - vivendo em primeiro lugar na França, depois, em Madri. Na hora de escrever vai para a sua casa perto de Granada.

Ian Gibson pode ser declarado uma das maiores autoridades mundiais em Lorca e Dalí. Seu livro "Federico Garcia Lorca: A Life" ganhou o Prêmio Memorial Duff Cooper e o James Tait Black Memorial Prize, sendo nomeado o "melhor livro de 1989" por parte do New York Times e do Boston Globe.

Mais recentemente, "A vergonha da vida de Salvador Dalí" é, talvez, a mais profunda e ambiciosa biografia de Salvador Dalí já escritos. Gibson oferece uma narrativa completa de Dalí, de sua vida como artista e como um desinibido exibicionista, e re-analisa os papéis das duas pessoas mais importantes na vida do artista: o autor e dramaturgo espanhol Federico García Lorca e sua enigmática e libidinosa esposa Gala.

Como o autor afirma: "O que tenho tentado criar é um livro que irá reviver interesse em ambos - Dalí e Lorca -, bem como despertar o interesse do público em biografias. Na relação entre Lorca e Dali, há ainda muitas incertezas, mas o que nós sabemos é fascinante ".




Segundo Ian Gibson " no que toca às circunstâncias da morte de Lorca, o quadro geral é agora claro. No entanto, não se pode dizer o mesmo quando a sua vida privada. Entre os amigos (e a família) do poeta houve sempre uma profunda relutância em comentar ou sequer admitir seu homossexualismo, e uma deficiência desta biografia, se comparada, por exemplo, com a vida de Forster escrita por P. N. Furbank, é que foi simplesmente impossível formar mais que uma visão rudimentar, pelos padrões e europeus ou americanos, desse aspecto essencial da existência de Lorca. Somente uma ou duas cartas ao adorado Salvador Dalí vieram à luz (por sorte temos as do pintor para ele); quase nada se sabe da sua apaixonada relação com o escultor Emilio Aladrén, que morreu em 1942 - salvo o fato de ter sido apaixonada; e poucos dados existem do se u pro fundo envolvimento com Rafael Rodríguez Rapún, morto durante a guerra." (...)

A Batalha de Madrid Novembro de 1936 Guerra Civil Espanhola





Entrevista Ian Gibson sobre Lorca




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Eduardo Cruz

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