segunda-feira, 15 de setembro de 2008

DEVASSOS NO PARAÍSO -

A HOMOSSEXUALIDADE NO BRASIL, DA COLÔNIA À ATUALIDADE

de João Silvério Trevisan

Páginas - 588
Dentro da coleção Contraluz, dedicada à sexualidade, a Editora Record lpublicou a nova versão de uma obra fundamental para o estudo da homossexualidade no Brasil. Publicado originalmente em 1986 (a pedido da editora londrina Gay Men's Press) e esgotado há quase uma década, DEVASSOS NO PARAÍSO dobrou de tamanho, para abranger as grandes mudanças ocorridas no Brasil nesse período, fruto, principalmente da disseminação da Aids, ainda incipiente quando o estudo original foi escrito
João Silvério Trevisan investiga a atuação no Brasil, a partir de 1591, do Santo Ofício, preocupada em punir os sodomitas, aborda a formação dos conceitos de pecado e desvio de conduta em relação à homossexualidade e, partindo disso, analisa os esforços de políticos, autoridades policiais, juizes, higienistas e psiquiatras para entender e tentar conter a pederastia nos séculos XIX e XX. E chega até o final deste século, discutindo direitos civis, inserção social de minorias, Aids e intolerância. Trevisan, porém, não se limita a um estudo histórico documental. Ele se vale de instrumentos da antropologia e da psicanálise, disseca a religião, analisa o homoerotismo nas artes e na mídia e revela o cotidiano homossexual, através de diversos depoimentos.
João Silvério Trevisan, paulista de Ribeirão Bonito, 56 anos, é escritor, diretor e roteirista de cinema, tradutor e jornalista. Entre outras obras, escreveu Seis balas em um buraco só (ensaios), Ana em Veneza (romance) Troços e destroços (contos), publicados pela Editora Record. Para teatro escreveu a peça Heliogábalo & Eu. No cinema, Trevisan realizou e dirigiu o curta-metragem Contestação (1969) e o longa Orgia ou o homem que deu cria, além de vários roteiros para outros diretores

"João Silvério Trevisan mantém em Devassos no paraíso, por trás da organização meticulosa, aquele lastro de paixão e ira mais característico da ficção do que da seca teoria. Inquietante, às vezes doloroso e sempre provocativo, Devassos no Paraíso (...) é um livro histórico." - Caio Fernando Abreu, Istoé

"Dois grandes méritos tornam Devassos no paraíso, de João Silvério Trevisan, uma obra pioneira e fundamental: por um lado, organiza os materiais que recriam uma história (perdida) da homossexualidade no Brasil; por outro procede a uma espécie de "micropolítica vivencial" que reconhece (...) as alternativas de uma tensão - ou de um embate - entre o desejo que anima os encontros intermasculinos e a lei (também masculina) que os sufoca ou os vela." - Néstor Perlongher, Folha de S. Paulo

"Uma história da homossexualidade no Brasil e um estudo das posturas sociais através das décadas, Devassos no paraíso é, ao mesmo tempo, sério, informativo e divertido." - Peter Burton, Gay Times


O AUTOR
João Silvério Trevisan (Ribeirão Bonito, 23 de junho de 1944) é um escritor, jornalista, dramaturgo, tradutor, cineasta e ativista GLBT brasileiro.

Fundador do Grupo SOMOS na defesa dos direitos dos homossexuais na década de 1970. Até setembro de 2005 atuava como diretor da oficina literária do SESC. Assina uma coluna mensal na revista G Magazine.

Obras

Cinema, como autor

* Contestação (curta-metragem, 1969)
* Orgia ou o homem que deu cria (longa-metragem, 1971)

Cinema, participação técnica

* Assistente de direção no média-metragem Liberdade de Imprensa (1967)
* Responsável pela trilha sonora dos longas-metragens Gamal, o delírio do sexo (1969), Paulicéia Fantástica (1969/70) e do média-metragem Eterna Esperança (1970)

Jornalismo

* O Lampião da Esquina

Literatura

* Testamento de Jônatas Deixado a David (1976)
* As Incríveis Aventuras de El Cóndor' (1980)
* Em Nome do Desejo (1983)
* Vagas Notícias de Melinha Marchiotti (1984)
* Devassos no Paraíso (1986)
* O Livro do Avesso (1992)
* Ana em Veneza (1994)
* Troços & Destroços (1997)
* Seis Balas num Buraco Só: A Crise do Masculino (1998)
* Pedaço de Mim (2002)
* Em breve: livro sobre o mundo gay de São Paulo

Roteiro (adaptação)

* Doramundo, obra de Geraldo Ferraz e direção de João Batista de Andrade (1º tratamento, 1977) - aclamado com o prêmio de melhor filme, cenografia e diretor no Festival de Gramado de 1978
* A mulher que inventou o amor, de Jean Garrett (1981)

Teatro

* Heliogábalo & Eu
* Em Nome do Desejo
* Troços & Destroços
* Hoje é dia do Amor


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