terça-feira, 30 de setembro de 2008

Faz duas semanas que meu amor



Faz duas semanas que meu amor
E outros contos para mulheres
de Ana Paula El-Jaick

90 páginas
Prosa direta, redonda, envolvente, permeada de inteligência e bom humor. Assim se define este livro de Ana Paula El-Jaick. Em contos curtos e irreverentes, a autora fala do cotidiano de mulheres que amam, desiludem-se, enfrentam preconceito, descobrem-se, camuflam-se, divertem-se, transmutam-se. Leitura cativante.

Um lançamento da

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Mostra gay do Festival do Rio

Treze longas metragens formam a mostra gay do Festival do Rio.

Confira o programa completo, as salas e os horários de exibição de Mundo Gay.

. O novo mundo (Dir: Étienne Dhaene)
Há cinco anos, Lucie vive com o amor da sua vida, Marion. Quando Lucie demonstra o desejo de ter um filho, as duas enfrentam, além do problema para encontrar um doador de confiança, a resistência de suas famílias. Apesar de liberais, os pais de Lucie não aceitam a idéia de uma criança criada sem uma figura masculina. Já a religiosa mãe de Marion recusa-se a ter um neto que não seja fruto da sua filha. Ao fim de uma longa busca, Hugo, um amigo heterossexual, aceita participar do processo. Mas ele fica cada vez mais encantado com a idéia de ser pai, deixando Marion desorientada.
Terça - 30/09 - Palacio 2 14h
Terça - 30/09 -Palacio 2 19h
Quinta - 02/10 - Cine Glória - Memorial Getúlio Vargas 20h30
Sábado - 04/10 - Estação Botafogo 3 23h30

. Rainhas - Queen of Brazil (Dir: Fernanda Tornaghi, Ricardo Bruno)
Fábio, um rapaz de Rondônia, vai para o Rio de Janeiro com o objetivo de se tornar a próxima Miss Brasil Gay, um concurso nacional de beleza pouco conhecido mas que mobiliza a vida de vários rapazes em todo o país, que buscam o sonho de serem coroados a garota mais linda do Brasil
Sexta - 03/10 - Palacio 2 - 16h
Sexta - 03/10 - Palacio 2 - 20h15

. Bi the Way (Dir: Brittany Blockman, Josephine Decker)
A cortina de ferro entre gay e hétero está se levantando. Estudos recentes revelam que bissexualismo nos EUA está se tornando um fenômeno cada vez mais comum. Para a geração mais jovem, ficar com uma menina e no outro dia com um menino já não é uma grande questão. As diretoras embarcam numa viagem para explorar o mapa sexual dos EUA, investigando os mais recentes relatórios científicos e opiniões sociais sobre bissexualismo. O documentário retrata cinco bissexuais assumidos e tenta desvendar se o sucesso atual do bissexualismo é apenas uma moda passageira ou prepara uma nova revolução sexual.
Sábado - 27/09 - Estação Botafogo 1
Domingo - 28/09 - Est Barra Point 2 - 13h
Domingo - 28/09 - Est Barra Point 2 - 22h30:00
Quarta - 01/10 - Cine Glória - Memorial Getúlio Vargas - 20h30
Segunda - 06/10 - Palacio 2 - 14h

. Raquela, Uma Cinderela Com Algo A Mais - The Amazing Truth About Queen Raquela - (Dir: Olaf De Fleur Johannesson)
Raquela é uma filipina que sonha em encontrar um príncipe encantado e viver com ele na Europa. Só que ela é um transexual que ganha a vida nas ruas como prostituta. A pobreza e a dificuldade de conseguir um visto fazem de seu projeto de vida algo quase impossível. Mas quando Raquela consegue um novo emprego em um site pornô, sua sorte parece mudar. Pela internet, ela conhece Valerie, transexual islandês, e Michael, o americano dono do site. Os dois prometem ajudá-la a chegar em Paris. Vencedor do prêmio Teddy no Festival de Berlim de 2008
Sexta - 26/09 - Estação Botafogo 1 - 23h50
Segunda - 29/09 - Cine Glória - Memorial Getúlio Vargas - 20h30
Quarta - 01/10 - Est Barra Point 2 - 22h15
Quinta - 09/10 - Palacio 2 - 14h

. Corações de Mulher - Corazones de mujer - A Woman’s Heart (Davide Sordella & Pablo Benedetti)
Zina mora na Itália e está noiva. De ascendência marroquina, ela terá um casamento tradicional. Mas como não é mais virgem, Zina teme o que pode lhe acontecer. Shakira, travesti responsável por seu vestido, decide ajudá-la. Com a desculpa de procurarem o melhor vestido do mundo, os dois partem de carro para o Marrocos, onde Zina fará uma operação de reconstituição do hímen. Conforme avançam na jornada, a amizade dos dois ganha contornos mais ambíguos, e Shakira mostra-se cada vez menos decidida a fazer a roupa que irá entregar Zina a outro homem. Baseado numa história real.
Quinta - 02/10 - Palacio 2 - 16h10
Quinta - 02/10 - Palacio 2 - 20h10
Sábado - 04/10 - Est Barra Point 1 - 18h

. Garoto dos Sonhos - Dream Boy (Dir: James Bolton)
Nathan tem quinze anos e se muda com os pais para uma pequena e religiosa cidade no sul dos Estados Unidos. Um dia, ao voltar da igreja, ele repara em Roy, seu vizinho de dezessete anos que dirige o ônibus escolar. Roy tem uma namorada de quem parece gostar bastante, mas isso não impede que ele e Nathan se beijem apaixonadamente numa noite. E logo começa um romance que, dentro da conservadora cidade, precisa ser mantido em segredo. Quando dois amigos de Roy descobrem o caso, a história dos garotos sofre uma sinistra reviravolta. Baseado no romance de Jim Grimsley.
Sábado - 27/09 - Est Barra Point 1 - 16h
Domingo - 28/09 - Est Barra Point 1 -20h
Quarta - 01/10 - Palacio 2 - 16h30

. Apagar os rastros - Quemar las naves (Dir: Francisco Franco-Alba)
Sebastián e Helena, dois irmãos adolescentes, moram num casarão numa pequena cidade mexicana. Sua mãe está moribunda e os dois vivem encerrados, distantes de tudo. Inseparáveis, eles mantém uma profunda relação de dependência. Até que a mãe morre e Juan, um jovem de classe baixa, surge em suas vidas. A aparição de Juan mexe com os desejos de ambos, obrigando-os a tomar decisões em relação ao amor, ao sexo e à amizade. Para crescerem, os irmãos terão de quebrar o vínculo inseparável que sempre os regeu.
Sexta - 03/10 -Estação Botafogo 3 - 23h30
Quinta - 09/10 - Palacio 2 - 16h

. Clandestinos (Dir: Antonio Hens)
Xabi passou a infância e adolescência em reformatórios, de onde volta e meia fugia. Em uma de suas fugas, conheceu Iñaki, terrorista de meia-idade do ETA que logo virou seu mentor. Anos depois, novamente no reformatório, Xabi foge com dois amigos e sai à procura de Iñaki, na esperança de se juntar ao ETA. Iñaki está sumido, mas Xabi não desiste. Com os amigos, planeja soltar uma bomba em Madri para provar seu valor ao ETA e a Iñaki. No entanto, por trás do fanatismo ideológico, Xabi esconde uma motivação íntima que vai de encontro à realidade de qualquer organização terrorista.
Terça - 30/09 - Cine Santa - 21h
Quarta - 01/10 - Palacio 2 - 14h
Quarta - 01/10 - Palacio 2 - 19h
Domingo - 05/10 - Est Barra Point - 22h

. Uma história de amor - Chris & Don. A Love Story (Dir: Tina Mascara, Guido Santi)
Nos anos 40, o jovem Don Bachardy era apaixonado por cinema e celebridades. Aos 18 anos, conheceu o famoso escritor Christopher Isherwood, de 49 anos, cujo livro Histórias de Berlim foi a base literária do musical "Cabaret". Mesmo sob a desconfiança de todos, assumiram publicamente um romance e Don mudou-se para a casa de Christopher. Encorajado pelo parceiro, Don entrou na escola de arte, onde descobriu sua verdadeira vocação. Ele logo se tornou um grande retratista de celebridades. Ao longo dos anos, as diferenças de idade e de vida entre os dois sempre criaram obstáculos, mas o amor foi maior, e Don ficou ao lado de Christopher até sua morte, em 1986
Sábado - 27/09 - Palacio 2 - 14h
Sábado - 27/09 - Palacio 2 - 19h
Terça - 30/09 - Est Barra Point 2 - 22h15

domingo, 28 de setembro de 2008

Mise en Scene

Mise en Scene
de Claude Cahun, Tacita Dean e Virginia Nimarkoh

Exposição e livro
Mise en Scene - Instituto de Arte Contemporânea (ICA), Londres - 13 de outubro a 27 de novembro de 1994

66 páginas (p.b)

Esta exposição reuniu Claude Cahun, Tacita Dean e Virginia Nimarkoh.
Tacita Dean (nascida em 1965) Inglêsa é uma artista visual mais conhecida por seu trabalho em película 16 milímetros, embora ela utiliza uma variedade de mídias, incluindo desenho, fotografia e som. Seus filmes muitas vezes empregam imagens estáticas e ângulos de camera que buscam criar uma atmosfera contemplativa. Já Virginia Nimarkoh nasceu em 7 de janeiro de 1967 e busca uma fotografia mais cotidiana. Mas qui quem nos interessa mesmo é
Claude Cahun (25 de Outubro de 1894 - 8 de Dezembro de 1954) artista francesa, fotógrafa e escritora. Seu trabalho era tanto político como pessoal, e muitas vezes jogou com os conceitos de gênero e sexualidade.

Lucy Schwob nasceu em Nantes, e era a sobrinha do escritor Marcel Schwob, bem como a do orientalista David Cahun Léon. Começou a fazer auto-retratos fotográficos em 1912, quando tinha apenas dezoito anos, e ela continuou realizando as imagens de si mesma através dos anos 30.

Em 1919, assume o pseudônimo Claude Cahun, intencionalmente selecionado como um nome sexualmente ambíguo.Anteriormente utilizou os nomes Claude Courlis e Daniel Douglas. Durante os primeiros vinte anos, viveu com sua irmã adotiva Suzanne Malherbe. Ela publicou artigos e romances, em especial no periódico "Mercure de France".

Ao longo da sua vida, trabalhou em uma série de monólogos chamado "heroínas", que foi baseado em conto de fadas de personagens femininos e a interligação entre elas com inevitáveis comparações com a imagem das mulheres contemporâneas. Em 1929, uma fotografia dela foi publicada na revista Bifur.

Além de lhe escrever, ela é mais lembrada pelos seus auto-retratos formente influinciados pelo Surrealismo. Em 1932 ela aderiu à Associação Ecrivains et des Artistes Révolutionnaires, onde ela conheceu André Breton e René Crevel. Depois disso, ela começou compartilhar as idéias surrealista do grupo, e mais tarde participou de uma série de exposições surrealistas, incluindo a de Londres (New Burlington Galeria) e a Exposição surréaliste d'Objectos (Charles Ratton Gallery, em Paris), ambas em 1936.

Os textos de Cahun foram publicados em 2002 como Claude Cahun - Écrits (ISBN 2-85893-616-1), editada por François Leperlier.











O negócio do michê: A prostituição viril em São Paulo



O negócio do michê: A prostituição viril em São Paulo

de NESTOR PERLONGHER

Editora: Fundação Perseu Abramo

Páginas - 272


Este livro estava esgotado e agora está sendo relançado. Imperdível!


O livro O Negócio do Michê – A Prostituição Viril em São Paulo, do antropólogo argentino Néstor Perlongher, será lançado em nova edição, com novo prefácio

Referência fundamental para os estudiosos de sexualidade e gênero, tanto pela originalidade do tema, quanto pelas análises, O Negócio do Michê – A Prostituição Viril em São Paulo, surgiu como dissertação de mestrado em antropologia social na Unicamp, em 1986. Na época, 1986, o autor, o argentino Néstor Perlongher, enfrentou o descontentamento de parte do meio acadêmico, escandalizada com o tema de sua pesquisa pioneira.

Lançado pela editora Brasiliense um ano depois, com prefácio de Peter Fry, o livro tornou-se um clássico moderno da pesquisa etnográfica. Coube à Editora Fundação Perseu Abramo uma nova edição, com a íntegra do texto original e um novo prefácio, desta vez assinado pelos professores de sociologia e ciências sociais Richard Miskolci e Larissa Pelúcio.

O livro, escrito em linguagem não acadêmica, baseou-se nos depoimentos de michês, clientes e entendidos, ou pessoas do universo homossexual não envolvidas diretamente com a prostituição. Entre março de 1982 e janeiro de 1985, Perlongher, num procedimento chamado de pesquisa participante, foi às ruas, bares, saunas e mictórios públicos do centro de São Paulo, onde pôde estar em contato direto com o tema de seu estudo.

Ao mapeamento geográfico/cultural do trabalho do michê, Perlongher acrescentou amplo arsenal teórico, com citações que vão de Marx e a Escola de Chicago, a Foucault, Deleuze e Guattari.Coincidentemente, o livro surgiu em sintonia com outros estudos semelhantes pelo mundo, como o que originou a Teoria Queer, nos Estados Unidos.

Néstor Perlongher nasceu em Avellaneda, província de Buenos Aires, em 1942. Participou ativamente de movimentos pelos direitos dos homossexuais, primeiramente na Frente de Liberación Homosexual Argentina e depois no Grupo Eros. Em 1982, cansado das perseguições pela ditadura em seu país, veio para São Paulo. Logo ingressou na Unicamp, onde realizou a dissertação de mestrado que deu origem ao livro. Autor também de oito elogiados livros de poesia, faleceu em novembro de 1992, vitimado pela Aids.





















Desde sua primeira edição, em 1987, O negócio do michê se tornou uma leitura de referência para aquelas e aqueles que se interessam pelas discussões sobre o desejo, as urbanidades, as sexualidades, as corporalidades e o mercado do sexo. Néstor Perlongher leva as/os leitoras/res aos bares, saunas e ruas de uma São Paulo noturna e apaixonadamente transgressiva, onde rapazes comercializam sexo, amam, brigam, negociam códigos e, por vezes, desejam o indesejável. Construído a partir de uma intensa etnografia e de uma densa análise teórica, O negócio do michê tem hoje a marca dos clássicos e, como tal, guarda uma contemporaneidade surpreendente.

Apresentação:

“Em primeiro lugar, quero frisar que este livro não é apenas mais um estudo frio das margens perversas de São Paulo. Na melhor tradição da antropologia social, o texto exsude a simpatia que o autor tem para com seu 'objeto de estudo'. Não no sentido de uma apologia formal de advogado, mas de uma séria tentativa de 'traduzir' a experiência dessas margens para que o leitor possa entendê-las na sua integridade (em todos os sentidos da palavra).” (Peter Fry)

Peter Fry, ao prefaciar a primeira edição de O negócio do michê – A prostituição viril em São Paulo, traduziu o sentimento futuro de leitores e leitoras que iriam encontrar na dissertação de mestrado de Néstor Perlongher uma rica fonte de reflexões teóricas e um instigante “guia” etnográfico.

Em meados da década de 1980, Perlongher se pôs à deriva numa São Paulo noturna e sexual, cartografando os corpos e os códigos de toda uma territorialidade desprezada pelos cientistas de “respeito”. Alguns se escandalizaram com o título da dissertação que abordava michês, prostituição e virilidade. Os vanguardismos costumam ter a marca da incompreensão e não foi diferente com O negócio do michê.

Perlongher se autodefinia um “pensador callejero” (das ruas), assim, a claustrofobia das normas canônicas não cabiam em sua escrita barroca nem em seu voluptuoso arsenal teórico que vai de Marx à Escola de Chicago e chega a Foucault, Deleuze e Guattari. Sem o saber, desenvolvia reflexões em sintonia com as que – nos Estados Unidos – originariam a teoria queer. Por tudo isso, o estudo de Perlongher mantém-se atual e fascinante.


Serviço:
Lançamentos do livro O Negócio do Michê

Quando: 8/10, às 10:00
Onde: UFSCAR, São Carlos
Presenças do antropólogo Júlio de Assis Simões e da ativista Regina Facchini. Na ocasião eles farão a palestra Sexualidade e Política no Brasil.


GRAÇAS E DESGRAÇAS DE UM CASAL VENTOSO


GRAÇAS E DESGRAÇAS DE UM CASAL VENTOSO de RIMBAUD VERLAINE
Coleção - MEMÓRIA DO ABISMO
Editora : HIENA SOD
Páginas - 133

Jean-Nicolas Arthur Rimbaud (20 de outubro de 1854, Charleville - 10 de novembro de 1891, Marselha) foi um poeta francês. Paul Marie Verlaine (30 de Março, 1844 – 8 de Janeiro, 1896) é considerado um dos maiores e mais populares poetas franceses.

Vamos à história - Na maioria das vezes, a história de Rimbaud é apresentada como principal ponto de partida para a leitura de sua obra, o que torna quase impossível olhar-se a obra de Rimbaud com olhos livres.

Rimbaud partiu para traficar armas de fogo no norte da África de um lado, e escrevia para revista Alquimia do Verbo por outro, tornou-se um tipo de referência para a poesia no século seguinte: servindo como argumento à tese que nascia sobre a impossibilidade de ser considerada a dissociação entre o poeta e sua poesia. O poeta, assim, vive e é sua poesia - pensamento em voga ainda hoje segundo algumas escolas.

Mas o que importa é que ele retornou a Paris em setembro de 1871 por um convite do eminente poeta simbolista Paul Verlaine (depois que Rimbaud lhe mandou uma carta contendo vários exemplos do seu trabalho) e residiu brevemente em sua casa. Verlaine, que era casado, apaixonou-se prontamente pelo adolescente calado, de olhos azuis e cabelos castanhos-claro comprido. Tornaram-se amantes e levaram uma vida ociosa, regada a absinto e haxixe. Escandalizaram o círculo literário parisiense por causa do comportamento ultrajante de Rimbaud, o arquetípico enfant terrible, que durante este período continuou a escrever notáveis versos visionários.

O caso amoroso tempestuoso do Rimbaud e Verlaine os levou a Londres em setembro de 1872, Verlaine abandonando sua esposa e um filho pequeno (ambos sofriam de abusos durante as iras alcoólicas de Verlaine). Os amantes viveram em uma pobreza considerável, em Bloomsbury e em Camden Town, desprezando uma vida de ensino e uma pensão da mãe de Verlaine. Rimbaud passou seus dias no Reading Room do British Museum onde "calor, luz, penas e tinta eram de graça".

Em junho de 1873, Verlaine voltou para Paris, onde a ausência de Rimbaud foi difícil de agüentar. Em oito de julho, ele mandou um telegrama ao jovem poeta, lhe dando instruções para ir ao Hotel Liège em Bruxelas; Rimbaud concordou imediatamente. O encontro de Bruxelas foi péssimo; um argumentando contra o outro e Verlaine bebendo constantemente. Na manhã de dez de julho, Verlaine comprou um revolver e munição; à tarde, numa "fúria de bêbado", disparou dois tiros em Rimbaud, um deles ferindo o poeta, de dezoito anos, no pulso.

Rimbaud considerou o ferimento superficial e a princípio não acusou Verlaine. Após isto, ele e sua mãe acompanharam Rimbaud a uma estação de trem em Bruxelas, onde Verlaine se comportou como um louco. Isto fez Rimbaud sentir medo do poeta, que então se virou e foi embora. Em suas palavras "então eu [Rimbaud] implorei para um policial o prender [Verlaine]". Ele foi detido por tentativa de homicídio e submetido a um exame médico humilhante. Também foi interrogado sobre sua correspondência íntima com seu amante e sobre as acusações de sua mulher sobre a natureza de sua relação com Rimbaud, que eventualmente retirou suas queixas, porém o juiz condenou Verlaine a dois anos de prisão.

Por outro lado podemos resumir a partipação de Verlaine na vida de Rimbaud da seguinte forma: Verlaine voltou a Paris em agosto de 1871, e em setembro, recebeu a primeira carta do poeta Arthur Rimbaud. Em 1872, ele já havia perdido interesse em Mathilde, e logo abandonou-a com seu filho, preferindo a companhia de seu novo amante. A tempestuosa relação amorosa de Rimbaud e Verlaine os levou a Londres, em 1872. Em julho de 1872 em uma bêbada crise ciumenta, ele disparou dois tiros com uma pistola em Rimbaud, atingindo seu pulso, mas sem causar-lhe sérios danos. Como resultado indireto desse acidente, Verlaine foi preso e encarcerado em Mons, onde ele experimentou uma conversão à Igreja Católica, o que novamente influenciou suas obras e provocou críticas afiadas de Rimbaud. O resto vocês tentem entender lendo suas obras e este livro que recomendamos.

Novas Famílias




Novas Famílias
de Luiz Mello

Segundo Roger Raupp Rios (Juiz Federal, Mestre e Doutor em Direito, Pesquisador Associado ao NUPACS/UFRGS, membro do CLAM e Professor de Direito Constitucional) este livro "propicia aos pesquisadores e aos interessados em geral um estudo abrangente e cuidadoso sobre a polêmica questão da conjugalidade homossexual no Brasil contemporâneo. Trata-se, sem dúvida, de um trabalho valioso e oportuno: tomando como ponto de partida o Projeto de Lei Federal nº 1.151/1995, ele lança luz sobre as origens parlamentares e o desenvolvimento, no Congresso Nacional, dos debates sobre a regulação e o reconhecimento jurídico das uniões entre pessoas do mesmo sexo. Por meio de uma análise dos debates na Câmara dos Deputados, que abrange todas as fases pelas quais passou o projeto, o autor contextualiza a argumentação parlamentar em favor e em oposição ao projeto. Revela, além disso, como e por meio de quais atores foi conduzida ao Parlamento a voz da sociedade civil. Todo este quadro é acrescido da análise conceitual do pano-de-fundo donde brota toda essa disputa legislativa: a emergência de novas famílias que desafiam o heterocentrismo familiar, realidade que, ao mesmo tempo em que enfrenta posturas recorrentes de intolerância religiosa, depara-se com os discursos familistas acionados por muitos grupos homossexuais. Este trabalho sério e competente, portanto, não só vem em boa hora, como também oferece aos seus leitores material e reflexão sobre um dos temas mais recorrentes e polêmicos na luta pela afirmação da democracia, da diversidade e do pluralismo entre nós."

Um lançamento
GARAMNOND
Universitária

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Brigitte Lahaie, um ensaio íntimo


Brigitte Lahaie, cujo verdadeiro nome Lucille Brigitte Jeanine Van Meerhaegue, é radialista e ex-atriz pornô, nascida em 12 de outubro de 1955 em Tourcoing (norte da França). Foi uma das primeiras estrelas francêsas de filmes pornográficos em momento hoje considerado a "idade de ouro" quando passarama ser rodados filmes rodados em 35 mm e da liberação sexual dos anos 1970 a 1980. Loira escultural, Brigitte Lahaie foi a musa desse período.

Vinte anos depois, ela continua a fazer aparições regulares nos filmes convencionais, ou em programas eróticos na televisão. Mesmo antes de abandonar sua carreira no erótico Brigitte Lahaie tinha realizado papéis em filmes não-pornográfico, incluindo participações em filmes realizados por Jean Rollin.

Ela também tentou a literatura e escreveu dois romances publicados em branco Flammarion: A mulher modelo (1991), que conta a história de uma mulher casada que decide posar nua, e O significado da vida (1994). Ele também escreveu alguns ensaios sobre sexualidade: Os caminhos do amor melhor (Ja'i Lu, 1999), Amor e Sexo (Morabito, 2004), etc .

A Ideia deste livro partiu de Claude Alexandre que convidando Pierre Bairgende quiseram fazer um livro não erótico. Passar a intimidade de Brigitte Lahaie no seu dia a dia. Fotografa-la em casa, em companhia de seus animais. Bem, foram justamente as inocentes fotos com os animais que acabaram por causar certa polêmica e insinuações. Mas isso já é uma outra história.

Confira aqui algumas fotos desse excelente ensaio.

Raul Galalite

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A Personagem Homossexual no Cinema Brasileiro


A Personagem Homossexual no Cinema Brasileiro de Antônio Moreno Editora EdUFF

A Personagem Homossexual no Cinema Brasileiro, de Antônio Moreno, cineasta, pesquisador e professor de Cinema do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF é na verdade um ótimo ponto de partida para compreender de como o nosso cinema trata o homossexualismo. A partir de 127 filmes de 1923 a 1996, o autor levantou as principais marcas que compõem o homossexual imaginado pelo cinema brasileiro.

Segundo ele "o tema homossexualismo era um tabu até o final da década de 60. E só sobressai quando é levada em tom de comédia. Embora se baseie em ficção, eu acho que a visão da sociedade é mostrada no livro".

A obra mostra muitos pontos que contribuem para a intolerância para com os homossexuais. Na análise das histórias narradas nos filmes está contido um universo de elementos para reflexão. A tese de Antonio Moreno transformada em livro pelas editoras UFF e Funarte, “A Personagem Homossexual no Cinema Brasileiro” traz um levantamento que é interrompido em 1996.

Doze anos depois temos muito que contar, porém avaliando a representação dos homossexuais na produção nacional até aquela época a conclusão é um tanto óbvia e em mais de 60% dos filmes analisados, os homossexuais são tratados de forma pejorativa.






















Confira aqui alguns trechos dos filmes citados e/ou analisados no livro

E. Cruz

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Duplamente Abençoado: Sobre Ser Gay e Judeu

Duplamente Abençoado: Sobre Ser Gay e Judeu

(organização)
de CHRISTIE BALKA e ANDY ROSE


Uma coletânea pioneira sobre judeus que assumem a homossexualidade e mantêm laços com a comunidade judaica. Ensaios e artigos com testemunhos de experiências de gays e lésbicas judeus e suas dificuldades diante das tradições culturais e religiosas.


Na Espanha do século XV, a Inquisição exigia que todos os judeus se convertessem ou se exilassem. Entretanto, alguns judeus enveredaram por um caminho diferente, convertendo-se externamente ao cristianismo e, secretamente, observando as práticas judaicas em seus lares. Conhecidos como conversos, estes judeus eram marginalizados, considerados anormais na história judaica. Os judeus homossexuais têm amargado um destino semelhante. E, com freqüência, escondem sua orientação sexual para poder sobreviver como judeus. "Duplamente Abençoado - Sobre Ser Gay e Judeu" é uma pioneira coletânea sobre judeus que assumem a homossexualidade e mantêm laços com a comunidade judaica.

São ensaios e artigos com testemunhos de experiências de gays e lésbicas judeus e suas dificuldades diante das tradições culturais e religiosas. O livro mostra como a experiência judaica lésbico-gay não é monolítica. Antes, é influenciada pelas vicissitudes da identidade, do sexo, da idade, da classe, da geografia, da habiliade física e de outros fatores. Poderoso testemunho de resistência ao preconceito, tem alcance universal como um tocante chamado à tolerância e a aceitação do semelhante.

"Em raras ocasiões, quando interagi com a organizada comunidade judaica, não desafiei suposições tácitas, feitas por outros, de que eu era heterossexual. Em resumo, isto alimentou uma profunda sensação de falta de autenticidade, que carreguei na condição de judia," explica Christie.

um livro da
ROSA DOS TEMPOS

Rupturas Possíveis: a série Os Assumidos (Queer as folk)

Rupturas Possíveis:
a série Os Assumidos
(Queer as folk)

Rupturas Possíveis: representação e cotidiano na série Os Assumidos (Queer as folk)
de Sofia Zanforlin

198 páginas

Apresentação Tânia Montoro


O livro percorre os 22 episódios da primeira temporada da série de TV Os Assumidos (Queer as folk) e realiza uma análise crítica das temáticas abordadas pelo seriado. As representações são questionadas para responder à pergunta: a visibilidade conferida pela TV pode representar o caminho para uma convivência e respeito às diferenças, ou, ao contrário, reafirma e cria novos estereótipos?



Queer as Folk é o nome de duas séries televisivas dramáticas de sucesso, criados por Russell T. Davies. O nome do seriado é uma brincadeira com um ditado inglês, de "ninguém é tão estranho como nós" ("nobody is so weird as folk"), para "ninguém é tão gay como nós" ("nobody is so queer as folk").

A série original começou a ser produzido em 1999 pelo Red Production Company para o canal aberto Canal 4 do Reino Unido. Contava os conflitos diários de três homens gays vivendo em Manchester.

O seriado adaptado foi uma co-produção Estados Unidos–Canadá e começou a ser transmitido em 2000 nos seguintes canais de televisão a cabo: Showtime (EUA) e Showcase (Canadá). Contava a história de cinco homens gays e uma casal de lésbicas que viviam em Pittsburgh, Pennsylvania.

Houve algumas diferenças óbvias entre os dois seriados: primeiro na quantidade de personagens e tramas principais, segundo nas cenas de nudez (devido ao fato de que o segundo era transmitido em canais de televisão a cabo, e o primeiro não).


" Este seriado é um marco na luta dos direitos GLBT, pois investe em uma trama sem cunho pornográfico ou apelativo, mostrando homossexuais como pessoas normais, vivendo o seu dia-a-dia. As dificuldades e conquistas desta comunidade são brilhantemente retratadas neste seriado. "

O LIVRO É UM LANÇAMENTO DA
ANNABLUME

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Chambre Close



Chambre Close
de Bettina Rheims


Bettina Rheims nasceu em Paris em 1952, mas foi só em 1978 (com 26 anos de idade) que começou a se interessar pela fotografia. Antes disso, as suas atividades eram o jornalismo, vender obras de arte e modelo. Os seus primeiros trabalhos foram fotografias sobre artistas de strip tease e acrobatas, que são mostrados 1981, em duas exposições pessoais, no Centro Pompidou e, ao Texbraun Galerie, em Paris. Daí para cá realizou vários trabalhos, dos quais se destacam a série "Chambre Close", entre 1990 e 1992, e em 1999, I.N.R.I. com fotos baseadas em cenas bíblicas. Este último trabalho, como era de se esperar, foi bastante contestado por parte dos setores mais conservadores. Em 2000 o trabalho X'Mas sobre a descoberta da femilinidade por parte de jovens, antecedeu Shangai, de 2003, sobre a sua estadia nessa cidade durante seis meses. Em 2004, More Trouble reúne 10 anos de retratista, principalmente de mulheres famosas.

Bettina Rheims é não só um dos grandes vultos da fotografia da França, mas também na Europa, América e de todo o mundo.

Sua mítica série Chambre Close, foi realizada entre 1990 e 1992, em colaboração com Serge Bramly, e foi um imenso sucesso não só na Europa.

Exposições
2008 Bettina Rheims, Can You Find Happiness?, C/O Berlin, Berlin
2007 Bettina Rheims -heroines, Kestner Gesellschaft Hannover, Hannover
2006 Bettina Rheims - Héroïnes, Galerie Jérôme de Noirmont, Paris
2006 Bettina Rheims Retrospective, Kunsthal, Rotterdam ; Moscow House of Photography, Moscow ; Musée d'Art Contemporain, Lyon.
2005 Bettina Rheims Retrospective, KunstHausWien, Wien, NRW Forum Kultur und Wirtschaft, Düsseldorf ; Botanique Museum, Brussels
2004 Bettina Rheims Retrospective, Helsinki City Art Museum, Helsinki ; Kunstnernes Hus, Oslo.
2003 Shanghai, Galerie Jérôme de Noirmont, Paris
2002 Chambre Close - L’intégrale, Galerie Jérôme de Noirmont, Paris

Livros
Bettina Rheims, Héroïnes, Galerie Jérôme de Noirmont, Paris, March 2006
Bettina Rheims, More Trouble, Schirmer / Mosel Verlag, Munich, 2004
S. Bramly, K. Levine, JC. Amman and B. Arell, Rétrospective Bettina Rheims, Schirmer / Mosel Verlag, Munich, 2004
Bettina Rheims and Serge Bramly, Shanghai, Editions Robert Laffont, Paris, October 2003
Bettina Rheims and Serge Bramly, X’mas, Editions Léo Scheer Paris, October 2000
Bettina Rheims and Serge Bramly, I.N.R.I., Editions Albin Michel, Paris, November 1998
Bettina Rheims and Serge Bramly, Animal, Gina Kehayoff Verlag, Munich, October 1994
Bettina Rheims and Serge Bramly, Chambre Close, Editions Maeght, Paris, September 1992
Bettina Rheims, Modern Lovers, Editions Paris Audiovisuel, Paris, October 1990
Female Trouble, foreword by Catherine Deneuve, Schirmer / Mosel Verlag, Munich, April 1989

Confira aqui algumas fotos

R.G.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

MAPPLETHORPE: UMA BIOGRAFIA





MAPPLETHORPE: UMA BIOGRAFIA de Patricia Morrisroe


Coleção CONTRALUZ
Páginas - 434

A Editora Record tem em sua coleção Contraluz a biografia do polêmico fotógrafo Robert Mapplethorpe.

Robert Mapplethorpe, com certeza, foi um dos mais famosos e controvertidos fotógrafos do universo da arte contemporânea. O livro revela através de entrevistas com Mapplethorpe, uma vida ousada como a sua arte. Patricia Morrisroe, a autora, caiu nessa empreitada de paraquedas. A bela jornalista do The New York Times, nada sabia sobre o seu entrevistado quando o viu pela primeira vez. Robert Mapplethorpe (1946-1989), naquela época ainda não era o retratista preferido de ricos e famosos e nem tinha trabalhos avaliados em US$ 100 mil. Seu primeiro e um tanto traumático e aliciante encontro se deu no estúdio nova-iorquino do fotógrafo, em 1983, época em que ele começava a ser conhecido como um cult documentarista do "submundo gay." Patricia foi escolhida pelo próprio para escrever a sua biografia e o resultado é Mapplethorpe, livro assinado por ela, lançado em 1997.

Mapplethorpe ficou conhecido mundialmente por ser um artista de extremos. Ele documentou tanto o reduto sadomasoquista de Nova York da década de 70 como fez retratos de amantes, homens negros pelos quais nutria obsessão, celebridades e elaborou extenso ensaio sobre flores.











Seu foco sempre eram as formas perfeitas, corpos musculosos e as luzes delicadas.

Aqui ele aparece com Patti Smith, sua primeira musa. Esta foto foi feita no Chelsea Hotel, em Nova York, famoso reduto de artistas da década de 70.

















r.galalite

domingo, 21 de setembro de 2008

Mark Borthwick - UMA EXPERIMENTAÇÃO

Mark Borthwick
1978



O livro : Mark Borthwick, 1978 é na verdade uma edição 1997. Todas as páginas em preto e branco, têm o formato de um diário com textos manuscritos, poemas, textos datilografados e revisados à caneta, fotos cruas e algumas com "sketch" sobrepostos. A nudez é absolutamente caseira, muito embora posada. Uma forma diferente de ver o corpo "sem roupas" e o seu (des)equilíbrio com a vida cotidiana. Segundo o autor, o trabalho todo foi concebido em casa entre 8/9/97 e 21/9/97 .

O autor: Borthwick é uma lenda britânica (nasceu em Londres) fotógrafo, agora vivendo no Brooklyn, Nova York. Nos traz as suas fotos, muitas vezes mínimas e truncadas, ou ainda com sua cor no limite da saturação. Tem contribuído para muitas publicações, incluindo a Vogue . É ainda cineasta experimentalista e músico. Mark Borthwick é premiadíssimo fotógrafo do avant- gard fashion e recentemente colaborou com filmes de vanguarda (Mike Mills, Chan Marshal e Chloë Sevigny). Seu trabalho une instalações fotograficas, misturadas com desenhos e textos, que freqüentemente, acompanham espectáculos e eventos musicais. Sua concepção de imagens evocam a satisfação do lar, da família e de harmonia com a natureza.

Raul Galalite

Veja aqui algumas imagens

CRONICAS DE UM GAY ASSUMIDO


CRONICAS DE UM GAY ASSUMIDO
de Luiz Mott
Coleção: CONTRALUZ

Editora - RECORD





O livro - Neste livro de crônicas, parte da Coleção Contraluz, Luiz Mott, o "decano" do movimento gay do Brasil, reconstitui o abrangente painel da homossexualidade. Misturando experiências pessoais com o afinado olhar do antropólogo, do militante e fundador do Grupo Gay da Bahia, o autor desvela hipocrisias, preconceitos e dá uma lição de resistência à sociedade brasileira. Em Crônicas de um Gay Assumido, Mott desvenda mitos e verdades sobre o mundo gay, as tribos sexuais, faz confidências e promove discussões sobre homofobia e homoerotismo com a grife, o humor, a ousadia e a sinceridade de um pioneiro do movimento gay no Brasil.

O autor - Luiz Roberto de Barros Mott (São Paulo, 6 de maio de 1946) é antropólogo, historiador, sociólogo e pesquisador, e um dos mais notáveis ativistas brasileiros em favor dos direitos civis das pessoas de minoria sexual, ou seja, gays, lésbicas, bissexuais e pessoas transsexuais e transgêneras.

Luiz Mott nasceu em São Paulo, de tradicional família interiorana. Estudou em Seminário Dominicano de Juiz de Fora. Formou-se em Ciências Sociais na USP. Fez mestrado na Sorbonne, em Etnologia e é doutor em Antropologia, pela Unicamp.

Desde o final dos anos 80 radicado em Salvador, cidade que lhe concedeu o título de Cidadão Honorário, leciona na UFBA.

Assumiu suas preferências sexuais em 1977. Luiz Mott foi o fundador do Grupo Gay da Bahia, uma das principais instituições que laboram em prol dos direitos humanos dos gays no Brasil.

Além de muitos trabalhos publicados esparsamente (e traduzidos a outros idiomas), os livros de Luiz Mott são:

* Sexo Proibido;
* O Lesbianismo no Brasil;
* Gays, Virgens e Escravos nas garras da Inquisição;
* Rosa Egípcia: Uma santa africana no Brasil;
* Violação dos Direitos Humanos dos Homossexuais no Brasil;
* Os Pecados da Família na Bahia de todos os Santos;
* A Cena Gay em Salvador em tempos de Aids; Causa-Mortis: Homofobia;
* Escravidão, Homossexualidade e Demonologia.


sábado, 20 de setembro de 2008

Desenhos Eróticos


Desenhos Eróticos texto e seleção de Joaquim Afonso

Coleção
museu compacto
Encadernação
Brochura (Capa Mole)


Editora Lisma (Lisboa)
em Português
Dimensões (largura x altura)
14.7 x 16.2 cm

Um pequeno painel do desenho erótico e texto de apresentação de seus autores. No prefácio as palavras de Mario Vargas Llosa

" O erotismo tem a sua própria justificação moral, porque significa que o prazer é suficiente para mim; é uma afirmação da supremacia do indivíduo."

veja aqui alguns desenhos

ABAIXO DO EQUADOR


ABAIXO DO EQUADOR
de Richard Parker

Coleção CONTRALUZ
Páginas - 384

ABAIXO DO EQUADOR, do antropólogo americano Richard Parker, desvenda as especificidades da homossexualidade dos brasileiros e o crescimento de comunidades gays no país. Por meio de inúmeros depoimentos, o autor investiga a função de papéis sexuais, a prostituição masculina como vivência da sexualidade e as conseqüências da epidemia de AIDS no painel do comportamento brasileiro. Parker desperta questões importantes, que desafiam as idéias pré-concebidas sobre desejo entre iguais.

Richard Parker mostra, em ABAIXO DO EQUADOR, como a velha moralidade do certo e do errado, da culpa, pecado e castigo, foi substituída pela moralidade das relações humanas. A nova moralidade, por outro lado, desafiou diretamente a ética sexual predominante. Proclamou os prazeres do corpo, defendendo como justa toda e qualquer forma de amor. O que interessa é a satisfação física. Desafiou os preconceitos sexuais, defendendo a aceitação democrática da diferença. Assim, a controvérsia do amor homossexual perdeu sua força.

Baseado em uma longa pesquisa de campo - conduzida por Parker durante mais de quinze anos -, ABAIXO DO EQUADOR traça um detalhado painel etnográfico dos múltiplos universos sexuais existentes nas ruas. Prostituição masculina, michês, transformistas, produtos e estabelecimentos direcionados ao público gay, direitos de homossexuais e o programa brasileiro de combate à AIDS. O autor explora as transformações nas identidades sexuais e culturais que tomaram forma no Brasil nas últimas décadas.

Nos primeiros capítulos de ABAIXO DO EQUADOR, Parker esclarece como gênero, raça, o histórico de colonialismo e a influência de outros países - principalmente Estados Unidos e Europa - contribuíram para construir a identidade homossexual brasileira. Nos capítulos subseqüentes, ele mapeia a epidemia de AIDS no país, mostrando como a doença mudou o perfil e o comportamento dos homossexuais brasileiros. Parker fala do preconceito existente contra os portadores do HIV e as conquistas junto ao sistema nacional de saúde.

Através desse trabalho único de pesquisa, Parker compara e contrasta o modo de viver homossexual no Brasil a outros países das Américas do Sul e do Norte, e África. Explica, ainda, porque apenas nos último anos o homossexualismo brasileiro saiu do armário. Parker liga essa mudança a um crescente e contínuo processo de industrialização e urbanização, em conjunto com a globalização da economia. ABAIXO DO EQUADOR desmistifica diversas questões: numa sociedade famosa pelo machismo, o homossexualismo é aceito ou apenas tolerado? A comunidade gay brasileira é unida? Como os homossexuais masculinos se vêem? Como a AIDS afetou a comunidade?

o autor - Richard Parker é professor assistente de Saúde Pública na Divisão de Ciências Médico-Sociais e Psiquiatria da Universidade de Columbia. É, ainda, diretor assistente do Centro de Estudos Comportamentais e Clínicos de HIV do Instituto de Psiquiatria do Estado de Nova York.

Um lançamento da Editora Record

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Lançamento do livro "Invenções de Si em História de Amor: Lota & Bishop"

O lançamento do livro "Invenções de Si em História de Amor: Lota & Bishop", de Nadia Nogueira será realizado em Campinas – SP, na Livraria Cultura, no dia 03/10/2008 e no Rio de Janeiro – RJ, na Livraria Argumento, no dia 09/10/2008, em Copacabana.

No Lançamento do Rio de Janeiro haverá um debate sobre "Lota e Elizabeth: a reinvenção de si".
sendo os debatedores:

Paulo Henriques Britto, tradutor de Elizabeth Bishop, Nadia Nogueira, autora do livro e um representante do Grupo Arco Íris e da Parada Gay para falar sobre a “Parada do Orgulho GLBT-Rio 2008, que será realizada no dia 12 de outubro e a importância do livro para a visibilidade lésbica.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

INVENÇÕES DE SI EM HISTÓRIAS DE AMOR


INVENÇÕES DE SI EM HISTÓRIAS DE AMOR

Lota Macedo Soares e Elizabeth Bishop

de NADIA NOGUEIRA

Páginas - 264

"Em seu livro demolidor sobre a cultura histórica do século XIX, mas nem por isso limitado àquele tempo, Nietzsche apresentou três motivações vitais básicas da busca pelo passado: o sentido do monumental, da grandeza dos fundadores; o apelo do antiquário, a sedução das ruínas; e o desejo crítico, a tentação de ser juiz. Destas três atitudes, a crítica é sem dúvida a que mais demarca uma ética profissional para os historiadores da atualidade. Ser historiador, acredita-se, é adotar uma visão crítica sobre o passado, denunciar as mazelas humanas, e neste mesmo passo erguer-se como voz solitária da justiça, num mundo dominado pela sordidez. Acontece que, freqüentemente, o senso crítico é entendido como algo alheio à atividade crítica, reflexiva, e o historiador se torna um porta-voz entristecido do ressentimento, anunciando aos tempos futuros as derrotas desde sempre necessárias, e muito humanas.

Começo esta resenha por este caminho porque o livro de Nadia Nogueira fere a sensibilidade ressentida do historiador profissional, e por isso, dentre outras coisas, merece ser lido com atenção. Trata-se de um trabalho sobre a felicidade, uma história de amor, e uma história de amor entre duas mulheres. Ou seja: a cada passo um desafio, ao mesmo tempo intelectual e afetivo. Encontrar as palavras certas, o modo de falar sobre o encontro entre Elizabeth Bishop e Lota Macedo Soares no Rio de Janeiro nos anos 1950 e 1960, enfrentando (e não evitando) as questões delicadas referentes ao amontoado de clichês que recobrem os “anos dourados”, ao exotismo presente na visão da poeta lírica norte-americana sobre os trópicos, às aproximações entre Lota e figuras de inegável autoritarismo político (o impagável Carlos Lacerda). E, claro, o intrincado problema do dinheiro, de uma felicidade comprada pelo preço de um refúgio, a casa em constante construção enquanto as duas viviam seu breve e intenso momento de alegria.

Depois de ler o livro podemos nos perguntar se dinheiro compra felicidade, esta questão aparentemente tão fútil, porque formulada nos termos de uma lição de moral que nos ensina que, pelo contrário, só há virtude na pobreza. Mas, no que se refere à felicidade, é preciso reconhecer que talvez o dinheiro ajude, principalmente se você precisar de um espaço próprio para viver o seu amor meio clandestino, ou se tiver que temperar a repulsa sentida pela família tradicional com algum tipo de aceitação social. Mas, como falar sobre isso sendo historiador? Como encarar os obstáculos estabelecidos por uma tradição que optou pela idealização da pobreza (em livros e teses, é claro)? É mesmo difícil admitir que, especialmente em casos como o da história de amor entre Elizabeth Bishop e Lota Macedo Soares, a felicidade é um privilégio. O grande interesse do livro de Nadia Nogueira é que nele questões como estas são explicitadas. Sentimos a dificuldade da elaboração da escrita do livro, acompanhando o trabalho de reflexão da autora.

Porém, no caso do livro, de que felicidade se trata? Certamente não a felicidade utilitarista, baseada na busca do conforto, da estabilidade de condomínio fechado, do cálculo amedrontado dos prazeres e das dores. Nadia Nogueira procura, em seu livro, a felicidade daqueles que fazem as coisas por inteiro, que conseguem, mesmo que por ALGUNS momentos, viver na potencialidade criadora do ser. Neste aspecto, o sentido trágico da história fica mesmo por conta de Lota, porque sua opção criadora a levou, inevitavelmente, ao encontro com a megalomania do poder, com o desejo de fazer da cidade um desdobramento de seu idílio pessoal, na mistura de jardim e praça pública que perfaria os seus projetos para o aterro do Flamengo. Projeto que, literalmente, a consumiu, segundo a análise de Nadia Nogueira.

A felicidade, neste sentido de plenitude, só poderia ser mesmo fugaz. Porque o refúgio da privacidade estava próximo demais da reclusão, do aprisionamento. Porque o amor não basta, além dele precisamos dos amigos, da cidade, da república. A ambigüidade do refúgio como prisão é paralela à da aceitação social do amor entre duas mulheres, uma vez que, em se tratando de duas artistas, e uma delas milionária, certas “excentricidades” seriam mais ou menos esperadas. Ambigüidade do Rio de Janeiro como sonho de um Brasil feliz, moderno e tropical, marcado pelo auto-exotismo, pela alegria turística. No sentido pleno do termo, a felicidade compartilhada por Lota e Bishop era utópica. Mas nem por isso inocente.

A leitura do livro de Nadia Nogueira inspira questões como estas. Ele foi elaborado como a história de um encontro, quase aquele “amor à última vista” de que falava Walter Benjamin. A autora nos conduz ao momento em que Bishop e Lota se encontraram, buscando entender por que este encontro foi tão marcante para as duas, tão criativo. O fim da história é melancólico, mas o livro não flerta com a facilidade das lamentações. Além disso, existem as aproximações teóricas, as questões de gênero (mais especificamente, o difícil limite entre o privado, o íntimo e o político), mas tudo tratado com leveza pela autora, uma vez que neste, como em todos os bons livros de história, a teoria está imersa na narrativa. "



Daniel Faria
Prof. Dr. em História na Universidade Federal de Uberlândia.


UM LANÇAMENTO DA

APICURI

Festival do Rio programação da mostra “Mundo Gay”




A 10ª edição do Festival do Rio já está programada para acontecer entre os dias 25 de setembro a 09 de outubro de 2008. Diversas atrações começam a se confirmar para esse que vem se tornando um dos principais festivais do cinema brasileiro.

O Festival do Rio começou em 1999, quando agrupava os dois maiores festivais do Brasil, o Rio Cine e a Mostra Rio e, atualmente, é o maior festival de cinema da América Latina, recebendo cerca de 250 mil espectadores, 380 filmes em 30 salas de cinema em toda a cidade, inclusive ,em uma arena na Praia de Copacabana.

Em 2007 o Festival trouxe 100 estréias latino-americanas e 18 estréias mundiais, incluindo o sucesso Tropa de Elite - que vendeu todos os ingressos da estréia no festival em apenas uma hora.

Este ano, o país homenageado será o Reino Unido que terá uma grande retrospectiva do polêmico Derek Jarman. Serão exibidos também, diversos premiados no Festival de Sundance - o maior evento de cinema independente nos EUA.

A cantora Madonna, que estará cantando por aqui, trará dois filmes para o festival. Um é o primeiro filme dirigido por ela: “Filth and wisdom”, já o outro é um documentário sobre sua carreira produzido por ela.

Após apresentar os selecionados da Première Brasil e os curtas que serão exibidos, o festival divulgou a seleção tão aguardada pelos cinéfilos, esperançosos por conhecerem os filmes que poderão assistir na capital carioca em 2008. Serão 350 filmes, compondo as 20 mostras, divididos em cinemas e lonas culturais montadas exclusivamente para o festival.

O festival se inicia no dia 25, com o novo trabalho de Bruno Barreto, Última Parada 174, e posteriormente, apresenta filmes aguardados como Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen, Queime Depois de Ler, de Joel e Ethan Coen e Youth Without Youth, de Francis Ford Copolla. A edição 2008 ainda terá duas mostra especiais em tributo ao cultuado cineasta Derek Jarman e aos irmãos Paolo e Vittorio Taviani.

Confira os filmes selecionados para as mostras aqui.

Além do destaque para filmes de diretores consagrados, como "Vicky Cristina Barcelona", de Woody Allen, cuja polêmica girou em torno do beijo lésbico entre Penélope Cruz e Scarlett Johansson, teremos novamente a mostra “Mundo Gay” onde serão exibidas 13 produções, com destaque para "Le nouveau monde" (The New World), único filme com temática lésbica dessa seleção. Dirigido por Etienne Dhaene, o longa retrata o relacionamento do casal Lucie e Marion, e o desejo da primeira de se tornar mãe. O filme mostra como Lucie e Marion estão apaixonadas. A sua relação fica cada vez mais intensa assim como o desejo de Lucie pela maternidade e a necessidade de compartilhar essa experiência com Marion. Mas a perspectiva de uma família traz complicações para essas jovens mulheres e todos passam a opinar sobre o assunto.


Em 2007, no Festival do Rio, dizia-se que essa era uma mostra que nasceu de um segmento então considerado um gueto. "A Mostra Gay reflete as modificações na imagem do homossexualismo e a maneira como a sociedade – no Brasil e no mundo – trata de questões fundamentais como a diversidade sexual e a multiplicidade cultural".


Confira abaixo a programação da mostra “Mundo Gay”

- "The Amazing Truth About Queen Raquela", de Olaf de Fleur Johannesson (Islândia) - "The Living End: Remixed and Remastered" (The Living End: Remixed and Remastered), de Gregg Araki (Estados Unidos) - "Tanaz Eshaghian" (Be Like Others), de Tanaz Eshaghian (Canadá) - "Quemar las naves" (Burn the Bridges), de Francisco Franco-Alba (México) - "Dream Boy" (Dream Boy), de James Bolton (Estados Unidos) - "Woman´s heart", de Kiff Kosoof (Itália) - "Improvvisamente, l´inverno scorso" (Suddenly, Last Winter), de Gustav Hofer, Luca Ragazzi (Itália) - "Clandestinos" (Clandestinos), de Antonio Hens (Espanha) - "For The Bible Tells Me So" (For the Bible tells me so), de Daniel Karslake (Estados Unidos) - "Bi the Way" (Bi the Way), de Brittany Blockman, Josephine Decker (Estados Unidos) - "Rainhas" (Queen of Brazil), de Fernanda Tornaghi, Ricardo Bruno (Brasil) - "Le nouveau monde" (The New World), de Etienne Dhaene (França) - "Chris & Don. A Love Story" (Chris & Don. A Love Story), de Tina Mascara, Guido Santi (Estados Unidos)

dê uma olhada nos trailers aqui


Para maiores informações, acesse o site do festival: www.festivaldorio.com.br.

Eduardo Cruz

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A Livraria da Esquina


A Livraria da Esquina
e outros contos de mulheres

de Naomi Conte

páginas 96

Edições GLS



"A livraria da esquina e outros contos de mulheres" de Naomi Conte, traz dezoito contos em que o amor entre mulheres não é idealizado, mas vivido. Do Rio de Janeiro à Escandinávia, no calor tórrido entre primas numa fazenda do interior ou na brincadeira na neve em uma floresta nórdica, as leitoras podem sentir personagens de todas as idades e estilos vivendo com naturalidade, vibração e uma prazerosa sensualidade.

Sensualidade e sensibilidade delineiam os contos da autora. O livro mostra um pouco mais do universo gay feminino, seus encontros e desencontros, a descoberta da sexualidade lésbica na adolescência e a maturidade nas relações.


leia trechos do livro aqui


DEVASSOS NO PARAÍSO -

A HOMOSSEXUALIDADE NO BRASIL, DA COLÔNIA À ATUALIDADE

de João Silvério Trevisan

Páginas - 588
Dentro da coleção Contraluz, dedicada à sexualidade, a Editora Record lpublicou a nova versão de uma obra fundamental para o estudo da homossexualidade no Brasil. Publicado originalmente em 1986 (a pedido da editora londrina Gay Men's Press) e esgotado há quase uma década, DEVASSOS NO PARAÍSO dobrou de tamanho, para abranger as grandes mudanças ocorridas no Brasil nesse período, fruto, principalmente da disseminação da Aids, ainda incipiente quando o estudo original foi escrito
João Silvério Trevisan investiga a atuação no Brasil, a partir de 1591, do Santo Ofício, preocupada em punir os sodomitas, aborda a formação dos conceitos de pecado e desvio de conduta em relação à homossexualidade e, partindo disso, analisa os esforços de políticos, autoridades policiais, juizes, higienistas e psiquiatras para entender e tentar conter a pederastia nos séculos XIX e XX. E chega até o final deste século, discutindo direitos civis, inserção social de minorias, Aids e intolerância. Trevisan, porém, não se limita a um estudo histórico documental. Ele se vale de instrumentos da antropologia e da psicanálise, disseca a religião, analisa o homoerotismo nas artes e na mídia e revela o cotidiano homossexual, através de diversos depoimentos.
João Silvério Trevisan, paulista de Ribeirão Bonito, 56 anos, é escritor, diretor e roteirista de cinema, tradutor e jornalista. Entre outras obras, escreveu Seis balas em um buraco só (ensaios), Ana em Veneza (romance) Troços e destroços (contos), publicados pela Editora Record. Para teatro escreveu a peça Heliogábalo & Eu. No cinema, Trevisan realizou e dirigiu o curta-metragem Contestação (1969) e o longa Orgia ou o homem que deu cria, além de vários roteiros para outros diretores

"João Silvério Trevisan mantém em Devassos no paraíso, por trás da organização meticulosa, aquele lastro de paixão e ira mais característico da ficção do que da seca teoria. Inquietante, às vezes doloroso e sempre provocativo, Devassos no Paraíso (...) é um livro histórico." - Caio Fernando Abreu, Istoé

"Dois grandes méritos tornam Devassos no paraíso, de João Silvério Trevisan, uma obra pioneira e fundamental: por um lado, organiza os materiais que recriam uma história (perdida) da homossexualidade no Brasil; por outro procede a uma espécie de "micropolítica vivencial" que reconhece (...) as alternativas de uma tensão - ou de um embate - entre o desejo que anima os encontros intermasculinos e a lei (também masculina) que os sufoca ou os vela." - Néstor Perlongher, Folha de S. Paulo

"Uma história da homossexualidade no Brasil e um estudo das posturas sociais através das décadas, Devassos no paraíso é, ao mesmo tempo, sério, informativo e divertido." - Peter Burton, Gay Times


O AUTOR
João Silvério Trevisan (Ribeirão Bonito, 23 de junho de 1944) é um escritor, jornalista, dramaturgo, tradutor, cineasta e ativista GLBT brasileiro.

Fundador do Grupo SOMOS na defesa dos direitos dos homossexuais na década de 1970. Até setembro de 2005 atuava como diretor da oficina literária do SESC. Assina uma coluna mensal na revista G Magazine.

Obras

Cinema, como autor

* Contestação (curta-metragem, 1969)
* Orgia ou o homem que deu cria (longa-metragem, 1971)

Cinema, participação técnica

* Assistente de direção no média-metragem Liberdade de Imprensa (1967)
* Responsável pela trilha sonora dos longas-metragens Gamal, o delírio do sexo (1969), Paulicéia Fantástica (1969/70) e do média-metragem Eterna Esperança (1970)

Jornalismo

* O Lampião da Esquina

Literatura

* Testamento de Jônatas Deixado a David (1976)
* As Incríveis Aventuras de El Cóndor' (1980)
* Em Nome do Desejo (1983)
* Vagas Notícias de Melinha Marchiotti (1984)
* Devassos no Paraíso (1986)
* O Livro do Avesso (1992)
* Ana em Veneza (1994)
* Troços & Destroços (1997)
* Seis Balas num Buraco Só: A Crise do Masculino (1998)
* Pedaço de Mim (2002)
* Em breve: livro sobre o mundo gay de São Paulo

Roteiro (adaptação)

* Doramundo, obra de Geraldo Ferraz e direção de João Batista de Andrade (1º tratamento, 1977) - aclamado com o prêmio de melhor filme, cenografia e diretor no Festival de Gramado de 1978
* A mulher que inventou o amor, de Jean Garrett (1981)

Teatro

* Heliogábalo & Eu
* Em Nome do Desejo
* Troços & Destroços
* Hoje é dia do Amor


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Duas vidas: Gertrude e Alice


de  

Janet Malcolm


Editora Paz e Terra 
2008 
1ª edição 
216 Páginas 


QUEM É
a autora

Janet Malcom, jornalista americana da revista The New Yorker e autora de renomadas e polêmicas biografias, como o livro O jornalista e o assassino que faz uma reflexão sobre a complicada relação entre o jornalista e sua fonte, examina, com rigor de detalhes, a tumultuada vida do casal Gertrude Stein e Alice B. Toklas, que viveram na França e ali presenciaram a efervescência do Movimento Modernista. Durante a Segunda Guerra Mundial, ao lado de Picasso, Ernest Hemingway e outros artistas, Stein e Toklas permaneceram na França mesmo depois de as deportações já terem começado.



Gertrude Stein (nasceu dia 3 de fevereiro de 1874, em Pittsburgh, EUA - faleceu dia 27 de julho de 1946, em Paris, França). Foi uma escritora, poeta.

Tinha um apreciável círculo 
de amigos, como Pablo Picasso, Matisse, Georges Braque, Derain, Juan Gris, Apollinaire, Francis Picábia, Ezra Pound e James Joyce, isso apenas pra citar alguns.

Miss Stein escreveu "Autobiografia de Alice B. Toklas", livro fundamental da vanguarda dos anos 1910, 20 e 30. Com estilo muito próprio, a narrativa conta como jovens artistas e escritores vindos das mais diversas partes do mundo se encontram em Paris e detonam novos caminhos p
ara a arte. Picasso vinha da Catalunha, Joyce da Irlanda, ela própria vinha da América, Nijinski era russo, havia vários franceses, como Cocteau, Apollinaire, Matisse. É bom lembrar que, apesar do nome, o livro foi escrito por Miss Stein, tendo como porta-voz Alice B. Toklas, sua companheira durante vinte e cinco anos. Compondo um interessante painel das três primeiras décadas deste século: "Gertrude Stein e o irmão visitavam frequentemente os Matisse que constantemente retribuíam as visitas. De vez em quando Madame Matisse convidava-os para almoçar, o que acontecia principalmente quando recebia alguma lebre de presente. Lebre estufada feita po
r Madame Matisse à moda de Perpignan era algo fora do comum. Tinha também vinho de primeira, um pouco pesado, mas excelente". Durante esse tempo Miss Stein e sua companheira Alice viveram no número 27, rue de Fleurus. Este endereço se tornaria lendário e um importante ponto de encontro desses "gênios".

Gertrude Stein seria a primeira a pendurar em sua parede pinturas de Juan Gris, Matisse e Picasso. Mais tarde romperia com muitos deles, inclusive com Picasso, por quem manteve grande afeição. Antes porém, posaria noventa e três vezes para que o artista catalão
 desse por finalizado o seu retrato: "Mas em nada se parece comigo, Pablo" disse ela. "Mas certamente vai parecer ,Gertrude, certamente..." respondeu o pintor. O rompimento dos dois se daria apenas em 1927, por ocasião da morte de Juan Gris. Gertrude acusou Picasso de não ter estimado Gris o bastante, ele retrucou e os dois tiveram um belo e histórica discussão.

Stein adorava fazer provocações. A palavra gênio exercia mesmo uma influência considerável em sua vida. Afinal era uma escritora de estilo bastante peculiar e engenhoso, a inventora da escrita automática. Assim os intelectuais de seu tempo perguntavam se ela era mesmo gênio ou não passava de uma impostora. Ela dava o troco:"Ser gênio exige um tempo medonho, indo de um lugar a outro sem nada fazer", ou então:" um gênio é um gênio, mesmo quando nada faz".
Com a Primeira Guerra Mundial Miss Stein e Alice viveram sua aventura alistando-se no F.A.F.F, um Fundo de proteção aos americanos que então viviam na Europa, dando folga a seus embates artísticos e literários, a aventura é narrada na Autobiografia. Após a guerra a vida voltou ao normal mas tudo já estava transformado para sempre, inclusive e principalmente Paris...


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Imagens & Diversidade Sexual
























ESTUDOS DA HOMOCULTURA

Neste livro  você irá encontrar uma seleção de textos dos temas apresentados nas edições de 2002 e 2004 dos Congressos Bianuais da ABEH.
Organizado por Denilson Lopes, Berenice Bento, Sergio Aboud e Wilton Garcia essa publicação da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura propoem discussões de temas como Ativismos, Estudos Lésbicos e Feministas no Brasil e ainda Poesia, Cinema e Mídia, entre dezenas de outros.

Uma excelente fonte para se conhecer o pensamento GLS brasileiro

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

MAC E USP - V Congresso da ABEH




















Acompanhe aqui alguns momentos da exposição.











































E AGORA três dias no prédio de Letras na USP