sexta-feira, 17 de outubro de 2008

HOMOEROTISMO & IMAGEM NO BRASIL


HOMOEROTISMO & IMAGEM NO BRASIL
de Wilton Garcia


" A imagem expressiva, quando posta sob perspectiva homoerótica no campo da arte e da comunicação, provoca a emergência de discussões acerca das minorias sexuais no Brasil. Ao imbricar homoerotismo & imagem encontro-me diante de uma complexidade conceitual que comporta a noção do contemporâneo. Sob este ponto de vista. articula-se a produção de um saber, experimentado no procedimento teórico para a construção de conceito de homoarte. Este estudo é uma (inter)mediação entre minha experiência artística e homoerótica."


O AUTOR -
Wilton Garcia é artista visual e doutor em Comunicação e estética do Audiovisual pela ECA/USP. Pós doutorado em Multimeios (IA/UNICAMP). É autor também de Introdução ao Cinema intertextual de Peter Greenaway (annablume, 2000) e A Forma Estranha - ensaio de homoerotismo e cultura (Pulsar edições, 2000).


Este livro é um lançamento da
Nojosa Edições com FAPESP

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Eve Kosofsky Sedgwick


Between Men: English Literature and Male Homosocial Desire
de Eve Kosofsky Sedgwick




Este é um livro fundamental para a teoria queer, e discute que o desenvolvimento social muito mais dependeu do desejo homosocial masculino do que de outra coisa. Esta é uma obra de crítica literária que talvez possa parecer inacessível ao público geral, porém é sem dúvida uma das obras fundamentais para a sua biblioteca, escrita por uma das mais provocadoras figuras culturais de nossa geração.





Epistemology of the Closet

de Eve Kosofsky Sedgwick



Desde a década de 1980, os estudos da teoria sobre o queer tornaram-se vitais para a vida intelectual. Este tem sido o principal motivo popularidade dos livros de Eve Kosofsky Sedgwick. Trabalhando a partir de textos clássicos de escritores europeus e americanos - incluindo Herman Melville, Henry James, Marcel Proust, e Oscar Wilde - Sedgwick delineia um momento histórico em que a identidade sexual se tornou tão importante como a demarcação de gênero tinha sido, durante séculos.
Epistemology of the Closet é um livro importante. É um dos textos fundamentais da teoria queer e, como tal, é um livro desafiador para ler . É essencialmente para um público acadêmico. Mas, todo intelectual que está interessado em estudos gays e lésbicos, enfim, de estudos queer, estudos de gênero e feminismo, deve coloca-lo na lista de livros essenciais para ler. O enfoque na maior parte do tempo é sobre homossexualidade masculina .

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Branding, Escarificação e outros quetais




Matter of Trust: Sache Des Vertrauens de Claire Garoutte (texto e fotos)

capa dura
180 páginas
editora Konkursbuch

Este livro em edição bilingue (alemão/inglês) é a documentação em fotografia e texto das intervenções durante oito anos de uma familia lésbica e adepta ao sadomasoquismo e que abre espaço às modificações corpóreas.O que vamos ver não são simples colocações de piercing e sim algo que vai muito além. Sem querer fazer juizo de valor, pois Claire Garoutte já se revelou uma ótima fotógrafa, o livro para os que não são adeptos não é dos mais agradáveis.




Muito embora estes registros busquem apresentar esses rituais de extrema intimidade e busque refletir sobre a estrutura das relações inter-pessoais, o livro é cru. Para entender melhor -

Branding - O branding se caracteriza pelo aquecimento de pequenas placas de metal com um maçarico depois usadas para fazer os desenhos.

Escarificação - A técnica é feita com um bisturi. Em vez de calor, usa-se a lâmina do instrumento para se fazer cortes, que formam o desenho na pele.

Escarificação é como se fosse uma tatuagem, porém em vez de se injetar tinta na pele o desenho é feito a partir de cortes com um bisturi. Essa técnica originou-se na África, onde tatuagens convencionais, tribais não eram usadas pois na pele negra não apareciam, passando assim a se utilizar a tecnica das cicatrizes.
Se isso ainda é pouco, note que a coroa da garota fotografada é de agulhas de injeção. Leia aqui um depoimento de um adepto dessas técnicas - "Estas artes decorativas se originaram na África... Quanto mais volumosas ficam as cicatrizes, mais lindos ficam os trabalhos. Então, pessoas arrancam a casca da ferida e passam vinagre ou cinza para que os cortes infeccionem e cicatrizem com volume”. Pano rápido!
Eduardo Cruz

terça-feira, 14 de outubro de 2008


ARTE Y CUESTIONES DE GÉNERO

de Juan Vicente Aliaga


Editorial Nerea, SA


Língua: castelhano


Lançamento: 2004


120 páginas




Um dos livros sobre o tema que considero um dos mais equilibrados dos ultimos tempos. Equlibrado seria a palavra certa? Sei Lá. Só sei que é (deus nos livre) redondinho e palatável.



Este Arte Hoy é básico, resumão mas suficientemente independente.



Vamos a ver



Até hoje, na Espanha, na história "inconfortável" dos estudos de arte, em alguns círculos falava-se das questões de gênero, ou seja, os valores em torno de masculinidade e feminilidade. Este breve ensaio trata de propor uma série de leituras acerca de distintas manifestações artísticas, surgidas durante o tal siglo XX (Cambalache), que não se pode entender sem uma perspectiva transversal que tenha em conta os símbolos, signos e significações que a sociedade imprimiu às representações da sexualidade e atribuidas a homens e mulheres. Este breve ensaio visa propor através de uma série de palestras sobre artes das mais diversas formas, que surgiram ao longo do século XX, e que tudo não pode ser entendido sem uma perspectiva que leva em conta símbolos, sinais e significados já incutidos pela sociedade .



Todo este conjunto de razões desenham um perfil mutável e heterodoxo dos sexos e tambem das resistencias que se apresentam - a de manter a divisoria da feminidade e da masculinidade como polos embasados na suposta verdade da natureza.



Esta é a batalha dos valores de gênero não resolvidos pela arte, e que são um terreno fértil para representar a continuidade deste saudável conflito.

Eduardo Cruz

Best Gay Bondage Erotica



Best Gay Bondage Erotica
de Richard Labonte (Editor)

"Se Chris acorda na hora do jantar, Rob junto com ele irá "fritar" até torrar a espiga de milho , dourar bacon em gordura, temperada ..." (mais)

Bem, este não é um livro de fotos, é de fatos, talvez ficcionais...

QUEER THEORY




QUEER THEORY
And Introcuction
de Annamarie Jagose


156 páginas

NEW YORK UNIVERSITY PRESS


Teoria queer é um campo do estudo de Gneros. Fortemente influenciada pela obra de Michel Foucault, a teoria queer constrói desafios para a idéia de que sexo é parte do essencial e mediante dos estudos próprios da comunidade gay / lésbica. Considerando gay / lésbica os estudos centrados nas suas investigações "naturais" e "não naturais " de comportamento em relação ao comportamento homossexual, a teoria queer quer sem trocadilho expandir seu foco para abranger qualquer tipo de atividade sexual ou identidade que se enquadra no âmbito de normativos e (sic) desviantes categorias.

Annamarie Jagose (nascido em Ashburton, Nova Zelândia, 1965) é uma escritora acadêmica e obras de ficção. Ela ganhou o seu doutorado (Victoria University of Wellington), em 1992, e trabalhou como docente de Inglês na Universidade Melbourne antes de regressar a Nova Zelândia em 2003, onde está atualmente como Professora Associada do Departamento de Cinema, Televisão e Mídia da Universidade de Auckland.

Enquanto estava na Universidade Melbourne, Jagose promoveu uma série de aulas de comportamento a respeito de cultura do corpo, incluindo obesidade e gravidez.

Prêmios

* 1994 won NZSA Best First Book Award for In Translation 1994
* 2004 won Deutz Medal for Fiction in the Montana New Zealand Book Awards for Slow Water Deutz 2004
* 2004 winner of the Vance Palmer Prize for Fiction for Slow Water 2004
* 2004 was shortlisted for the Australian Miles Franklin Literary Award for Slow Water 2004

Obras

* Lesbian Utopics (1994)
* In Translation (1994)
* Queer Theory (1996)
* Lulu: A Romance (1998)
* Slow Water (2003)

MAKOS


Series de edições da Obra de Makos
formato pocket, capa dura com sobrecapa
52 páginas em média

edição da Stonewall Inn Book

Um fotógrafo sóbrio, mesmo sob a sombra de Andy Wahrol que o considerava o mais moderno fotógrafo na América. Nús e semi-nús em P&B eram os seus prediletos.

Christopher Makos (n. 1948, em Lowell, Massachusetts) é um fotógrafo e artista essencialmente norte- americano. Ele foi como um aprendiz do lendário fotógrafo Man Ray, em Paris e colaborou com Andy Warhol. Makos tem seu trabalho apresentado nas coleções permanentes de mais de 100 museus e grandes colecções privadas, incluindo as de Malcolm Forbes, Pedro Almodovar, e Gianni Versace.

Suas fotografias de Warhol, Haring, Tennessee Williams e outros são leiloadas regularmente na Sotheby's.

clique aqui para uma amostra de seu trabalho

RAVENALAS poemas (2004-2008) de Horácio Costa




Horácio Costa (São Paulo-SP, 14/12/54). Formado em Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP, 1978); Mestre em Letras (New York University, 1983), PhD em Yale (1994). Professor na UNAM (México), 1987-2001. Desde então, é professor da FFLCH-USP. Publicou 28 poemas 6 contos (São Paulo, 1981); Satori (São Paulo, 89; atualmente sendo traduzido ao espanhol), O livro dos Fracta (México e São Paulo, 90), The very short stories (São Paulo, 91; México, 95), O menino e o travesseiro (São Paulo, 93; re-edição 03; México, 98); Los jardines y los poetas (Caracas, 94), Quadragésimo (México, 96 e São Paulo, 99) e Fracta — antologia poética (São Paulo, 04). Livro de poesia por publicar: Ciclópico Olho . Traduziu e publicou Octavio Paz (Piedra de Sol/Pedra de Sol, Rio, 88), Elizabeth Bishop (Antologia Poética, São Paulo, 90), César Vallejo (Poemas Humanos; México, Rio e Lisboa, 92), Xavier Villaurrutia (Nocturnos; Lisboa, 94); por publicarem-se Xavier Villaurrutia (Poesia Completa, São Paulo) e Blanca Varela (Canto Vilão, São Paulo). Organizou dois eventos internacionais de poesia: "A palavra poética na América Latina, avaliação de uma geração" (São Paulo, Memorial da América Latina, 90; publicada em livro) e "O veículo da poesia" (São Paulo, Biblioteca Mário de Andrade, 98). Outros livros: José Saramago: o período formativo (Lisboa, 97 e México, 03) e Mar abierto: ensayos sobre literatura brasileña, portuguesa e hispanoamericana (México, 01). Tem poemas ou livros traduzidos ao espanhol, inglês, francês, romeno, macedônio e búlgaro. Fui presidente da ABEH — Associação Brasileira de Estudos da Homocultura.

Lançamento do Selo Demônio Negro

PROBLEMAS DE GÊNERO


PROBLEMAS DE GÊNERO de Judith Butler

COLEÇÃO: SUJEITO E HISTORIA
240 págs.

Parte da coleção Sujeito e História, PROBLEMAS DE GÊNERO, de Judith Butler, é um dos mais importantes e influentes estudos sobre gênero já escritos. Um verdadeiro clássico do feminismo, o livro foi produzido a partir da vida cultural de um grupo que teve, e continua tendo, algum sucesso lutando pela melhoria da qualidade de vida daqueles que vivem uma opção sexual à margem da sociedade, segundo a autora.

Em um ataque declarado à essência da teoria do feminismo francês e suas bases antropológicas, a autora questiona as distinções feministas tradicionais de sexo e gênero, argumentando que os conceitos básicos destes discursos são eles mesmos produzidos por relações de poder. A pesquisadora investiga as origens da identidade do gênero para assim revelar seus parâmetros políticos.

Segundo o psicanalista Joel Birman, o percurso crítico de Butler é uma indagação sistemática sobre a construção dos gêneros e das identidades, centrada em duas instâncias cruciais: o falocentrismo e a heterossexualidade compulsória.

Mesmo tendo na filosofia o ponto de partida de seu itinerário polêmico, a pesquisa de Butler se desdobra numa proposta de questionar as fronteiras e as soberanias das disciplinas, já que a identidade é precisamente o seu principal alvo. PROBLEMAS DE GÊNERO é um livro brilhante e inovador - indispensável para a teoria feminista.

Judith Butler vai de encontro com a concepção de gênero no século XIX a natureza biológica do corpo é o elemento que define tudo. O conceito de sexualidade está comprometido desde o seu surgimento do essencialismo, com uma forma machista de ver o mundo. A pós-estruturalista, Butler, afirmará que a dicotomia heterossexual “é tão falsa e vazia de essência quanto a homossexual, pois não deixa de ser imitação de um ideal de masculinidade ou feminilidade, muitas vezes inatingível, que não possui correspondência alguma com uma suposta essência ou natureza, algo que estaria inscrito na nossa mente e no nosso corpo.”


Um livro da Civilização Brasileira

domingo, 12 de outubro de 2008

HISTÓRIAS DE UMA CIDADE




HISTÓRIAS DE UMA CIDADE
de Armistead Maupin
páginas - 480








OUTRAS HISTÓRIAS DE UMA CIDADE
de Armistead Maupin
Páginas - 464











NOVAS HISTÓRIAS DE UMA CIDADE
de Armistead Maupin
Páginas : 432
















Armistead Maupin e seu companheiro Christopher Turner em 2006 no Festival Sundance de Cinema.








Armistead Maupin (13 de Maio de 1944) é um escritor norte-americano, reconhecido pela sua série de livros Histórias de São Francisco (Tales of the City).





Armistead Maupin nasceu em Washington, DC, em 1944, mas cresceu em Raleigh, Carolina do Norte. Graduou-se pela Universidade da Carolina do Norte, e serviu como um oficial de marinha na região do Mediterrâneo e em Força Patrulha no Vietnã.

Maupin trabalhou puco tempo como um repórter de um jornal em Charleston, Carolina do Sul, antes de lhes serem atribuídas funções em San Francisco pela Associated Press em 1971. O clima de liberdade e de tolerância que encontrou em sua cidade levou-o a declarar-se publicamente como homossexual em 1974. Dois anos mais tarde, ele lançou o seu "Contos da Cidade" seriado no San Francisco Chronicle.

Maupin é autor de nove romances, incluindo os seis volumes da série Tales of the City, Maybe the Moon , The Night Listener e, mais recentemente, Michael Tolliver Lives. Três miniseries estreladas por Olympia Dukakis e Laura Linney foram realizadas a partir dos primeiros três romances na série Tales. The Night Listener transformou-se em um longa metragem estrelado Robin Williams e Toni Collette.

Maupin vive em San Francisco com seu marido, Christopher Turner.

Será que Hollywood derruba preconceitos com personagens homossexuais?


Foram-se os dias em que o galã Rock Hudson tinha que esconder sua homossexualidade para continuar trabalhando em Hollywood, uma indústria que tende cada vez mais a derrubar preconceitos e normalizar a situação dos gays?

Em um panorama como o atual, onde personalidades como a apresentadora Ellen Degeneres, a atriz Lindsay Lohan, o ator George Takei ou o músico Clay Aiken dominam as primeiras páginas dos jornais por causa de sua orientação sexual, a indústria do entretenimento decidiu dar um passo à frente.

A televisão americana incluirá nesta temporada 16 personagens gays e bissexuais de importância em séries na faixa de maior audiência de programação, mais que o dobro do ano passado, segundo um estudo do grupo Gays e Lésbicas contra a Difamação (GLAAD, em inglês).

Neil Giuliano, presidente do GLAAD, ficou feliz com o fato de a rede de televisão "FOX" incluir este ano cinco personagens com essa orientação em seus programas, já que em 2007 não havia nenhum.

No entanto, lamentou que nenhum dos 126 personagens principais das séries da "CBS" seja gay, lésbica, bissexual ou transexual, enquanto um único personagem "recorrente", Brad, em "Rules of Engagement", é gay.

É por isso que há quem sustente que ainda existe muito caminho a percorrer.

"Cada pessoa que sai do armário é uma barreira a menos", disse à edição digital do canal "CNN" o publicitário Howard Bragman, autor do livro "Where's My Fifteen Minutes?", que trata do assunto.

Bragman, homossexual assumido, admite que hoje em dia o público é capaz de aceitar os gays de forma "mais singela", embora não "automática".

"Eu o vejo como um processo a longo prazo. A revolução terminou, agora se trata de evoluir", disse.

O publicitário se encarregou de ajudar Dick Sargent quando este revelou sua homossexualidade, em 1989, e lembra os momentos nos quais era complicado terminar filmes como "Filadélfia" (1993), pelo qual Tom Hanks ganhou o Oscar de melhor ator por interpretar o advogado gay Andrew Beckett.

Possivelmente, este deve ser o grande desafio que Hollywood ainda tem pela frente, como afirmou o ator gay Rupert Everett, popular por seu papel em "O Casamento do Meu Melhor Amigo" (1997).

"Não tenho nada do que me queixar, exceto do fato de as pessoas se perguntarem se um gay como eu pode atuar como um sapatão para dar vida a um homem heterossexual", disse.

Já Peter Sprigg, vice-presidente do grupo conservador Family Research Council, afirma que os novos personagens homossexuais na programação americana têm "propósitos propagandísticos".

"Estou convencido de que a maior parte destes personagens está aí para tentar fazer com que as pessoas aceitem a conduta homossexual", disse Sprigg ao site da "CNN".

"Nesse sentido, o resultado para a sociedade é negativo", disse ele.

Para Bryan Batt, o ator gay que acaba de assumir sua homossexualidade e que dá vida a Salvatore Romano, na série premiada com o Emmy "Mad Men", ainda há na sociedade "um pouco de homofobia".

"Mas penso que graças a papéis gays bons, honestos e positivos, será possível educar (as pessoas)", comentou.

"Acho que estamos produzindo gerações de jovens que não julgam as pessoas, nem por sua raça, nem por sua religião nem por sua sexualidade", concluiu.



Caçadores Noturnos


Caçadores Noturnos

de Felipe Greco

144 páginas

Editora Desatino

Para resgatar uma antiga dívida com o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, em Caçadores Noturnos, Felipe Greco (também gaúcho) reúne contos sobre o lado underground das noitadas paulistanas. Com maestria, esse jovem autor capta e, como um voyeur, invade o lado obscuro de personagens — ora em primeira, ora em terceira e até mesmo em segunda pessoa. Masculino e feminino se mesclam para dar esse mergulho nas profundezas das madrugadas insones. Álcool, drogas, boleros, um ambiente aparentemente sem saídas, porém onde borbulha o mais agudo da noite, os desejos mais secretos dos vultos (personagens/leitores) que vagam por aí, nas praças, nas esquinas, no asfalto ainda quente do dia, na solidão, cheios de tesão e fúria.

Para o diretor de teatro Ulysses Cruz:

"As histórias deste livro fazem parte de um universo marginal, quase proibido e, por isso mesmo, excitante.

"Putas, michês, traficantes, bichas, travestis, policiais, ninfomaníacas, tarados, enrustidos, esposas entediadas, solitários de toda espécie habitam estas páginas milimetricamente equacionadas em diálogos curtos e surpreendentes momentos.

"Felipe Greco escreve potencialmente estimulado por Eros e Tânatos, além de nos remeter à tradição sempre renovada das histórias em quadrinhos e dos livros e revistas para insones erotizados. O autor tem a coragem e a sordidez desenfreada do pó, do álcool, das contravenções, da noite em seus personagens de Luz e Sombra.

"Felipe Greco, neste seu livro de estréia, lê-se como a um Nelson Rodrigues reinventado. Mais trash. Mais acessível. Mais popular. Aliás, como deve ser um autor nestes tempos de novo século."

O autor:

Felipe Greco nasceu em junho de 1967, sob o signo de câncer. É gaúcho de Uruguaiana, RS, mas desde 1985 reside em São Paulo. Tem dois roteiros filmados: Atração Satânica (1987) e The ritual of death (1990). Em outubro de 1991, venceu o concurso literário promovido pela Fiat do Brasil, com o conto Anjo provisório. Em maio de 2003, publicou o livro O coveiro, uma fábula marginal (Desatino).

sábado, 11 de outubro de 2008




AS HORAS

de Michael Cunningham


Páginas - 184

Cia das Letras

As horas, prêmio Pulitzer de literatura de 1999, pode ser definido como a saga da consciência de três mulheres - uma real, duas fictícias - em busca de algum tipo de inserção no mundo "normal", tendo como pano de fundo constante a presença palpável e inquietante da loucura e da morte.

A personagem real, espécie de matriz iluminadora de todo o livro, é Virginia Woolf, cujo suicídio, em 1941, é narrado de forma comovente e realista logo nas primeiras páginas. Ela, mais Laura Brown, uma dona de casa angustiada num subúrbio de Los Angeles, em 1949, e Clarissa Vaughn, editora de sucesso na Manhattan de hoje, são as protagonistas deste livro apaixonante. Presenciamos, em capítulos alternados, um dia na vida de cada uma delas. O talento de Cunningham consegue encapsular todo o drama de suas existências. Virginia, num dia normal e suburbano de 1923, esforça-se por manter sob controle os sintomas da loucura e para redigir Mrs. Dalloway, romance que mantém com As horas uma habilidosa simbiose. Laura busca, em vão, ajustar-se ao seu triplo papel de mãe, esposa e dona de casa, confeccionando, ao lado do filho Ritchie, de três anos, um bolo de aniversário para o marido Dan. Acontece que tudo o que Laura mais deseja na vida é solidão e a companhia de Virginia Woolf, sob a forma de seu romance Mrs. Dalloway, que ela lê apaixonadamente. Clarissa, cinqüentona e ex-hippie ainda atraente, bem casada com uma produtora de tevê, compra flores e organiza uma festa em homenagem a Richard, amigo gay e aidético terminal que acaba de ganhar um prêmio literário.

O cruzamento surpreendente dessas três histórias, urdido com a mão imaginativa e experiente de Michael Cunningham, vai mergulhar o leitor numa das experiências mais comoventes da literatura contemporânea.

Excelente insight, se tomarmos como base a obra que o originou, Mrs Dalloway de Virginia Woolf.

Michael Cunningham
Nascido em Cincinnati, Ohio, cresceu na Califórnia. Estudou na Universidade de Stanford e atualmente mora em Nova York. Seu romance As horas ganhou os prêmios Pulitzer, PEN/Faulkner e foi indicado para o National Book Critics Circle Award.


Enquanto a Inglaterra Dorme de David Leavitt Editora: ARX

A história se passa na Europa da década de 30, quando o fascismo começa a tomar forma. É nesse contexto que o narrador, Brian Bosford, um jovem escritor pertencente à aristocracia britânica, conta como iniciou um romance tumultuado com Edward Phelan, um funcionário do metrô de Londres, de classe social mais baixa, sensível, idealista e comunista. Eles vão morar juntos, e quando Edward escobre que Brian também mantém um relacionamento com uma mulher - por não saber bem como lidar com sua própria sexualidade, por achar que sua homossexualidade era algo temporário -, o que poderia levá-lo até mesmo a se casar, ele se alista, voluntariamente, para lutar contra as forças de Franco na Espanha. Movido pela culpa, Brian sai em busca do amante para resgatá-lo, em meio ao caos e à violência da guerra.

A partir daí, o romance — até então uma crónica sutil sobre os jovens intelectuais fascinados pela esquerda e pelo dandismo — converte-se num admirável afresco sobre um dos períodos mais cruciais da nossa história.

Enquanto a Inglaterra Dorme, como disse o Publishers Weekly, é um melodrama no melhor sentido da palavra, sutil e maravilhosamente escrito.

David Leavitt é autor de vários romances e livros de contos. Foi recentemente indicado ao Literary Lion pela New York Public Library. Divide o seu tempo entre Toscâna e a Florida, em cuja universidade leciona.



3ª Mostra Cinema e Direitos Humanos


No período de 6 de outubro a 6 de novembro de 2008, a 3ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul leva a 12 capitais brasileiras o olhar singular de cineastas sul-americanos sobre temas, valores e dilemas que dizem respeito à dignidade da pessoa humana. Mais do que isso, essa terceira edição celebra os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que é em si um roteiro, um roteiro para a paz na humanidade. Um roteiro no qual somos todos atores e realizadores. Questões relativas ao universo homossexual, tráfico de drogas, aborto, tortura ou exploração; esses são alguns dos temas que estão presentes nos 182 trabalhos que fazem parte da 3ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. A curadoria é do cineasta e produtor cultural Francisco Cesar Filho, que selecionou obras de 11 países diferentes e de 12 estados brasileiros. Confira a programação e os locais de exibição no site oficial.

CONFIRA AQUI A PROGRAMAÇÃO COMPLETA



CONFIRA AQUI A PROGRAMAÇÃO DE CURITIBA




sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Um corpo estranho



Um corpo estranho -
Ensaios sobre sexualidade e teoria queer


de Guacira Lopes Louro

Páginas- 96


Queer é estranho, raro, esquisito. Queer é, também, o sujeito da sexualidade desviante – homossexuais, bissexuais, transexuais, travestis, drags. É o excêntrico que não deseja ser “integrado” e muito menos “tolerado”. Queer é um jeito de pensar e de ser que não aspira o centro nem o quer como referência; um jeito de pensar e de ser que desafia as normas regulatórias da sociedade, que assume o desconforto da ambigüidade, do “entre lugares”, do indecidível. Queer é um corpo estranho que incomoda, perturba, provoca e fascina.


UM LANÇAMENTO
EDITORA AUTENTICA

Sexo, Arte e Cultura Americana de Camille Paglia


Sexo, Arte e Cultura Americana
de Camille Paglia
editora: Companhia das Letras
ano - 1993

O livro “Sexo, Arte e Cultura Americana” é fundamental,e está esgotado há anos, é um caso de desaparecimento precoce. A editora sequer tem em seus registros do site a existência dele. Em Sexo, arte e Cultura Americana estão compilados ensaios, artigos, resenhas de livros e trechos de entrevistas concedidas a diversos veículos de comunicação.Camille Paglia é uma escritura polêmica a escritora que não puca nada e a ninguém e que declara “sou abertamente a favor da prostituição e da pornografia”.

A escritora americana Camille Paglia, 60 anos, é considerada uma das principais teóricas do pós-feminismo e uma das intelectuais mais influentes da atualidade. É professora da Universidade das Artes, na Filadélfia, EUA, colunista do site salon.com e editora da revista Interview. Camille ficou conhecida mundialmente na década de 90 ao lançar o livro Personas sexuais, no qual aborda de forma particular (contrariando as teóricas de sua geração) a mulher e o feminismo do século passado. Freqüentemente apontada como "a feminista que as outras feministas amam odiar".


Você encontra esse livro através de nossos parceiros



contato - info@joaquimlivraria.com.br




Gay Living


Gay Living de Gianni Basso

Edizioni Gribaudo maio 2007

Uma viagem intoxicante aos mais magnificos ou terríveis designs internos. A decoração do universo gay através de 20 casas de gays na Europa. O autor busca descobrir se, para além dos estereótipos de cortinas e assim por diante, não existe verdadeiramente um estilo de vida especificamente gay.



Desde um ídolo de Krishna de um condomínio de um fã de futebol holandês para o kitsch repleto de flores em um paraíso de Berlim. Poderemos ver um impressionante aglomerado de pichações, deuses de gesso e uma profusão de gatos, cães em uma verdadeira cornucópia de rococós ,brocados que contrastam com ambientes cleans. Um redemoinho de criatividade, uma revolta em grande estilo. Todos esses impulsos interiores cheios de personalidade, humor e fofocas, e que são, na verdade, a multiplicidade dos gostos no universo gay.

E.C.

Confissões de Acompanhantes



Confissões de Acompanhantes
de Newton Cannito

176 páginas

Crônicas, contos e depoimentos de mulheres que sobrevivem da mais antiga profissão do mundo

Confissões de acompanhantes é uma recriação literária baseada em relatos reais de prostitutas e homens freqüentadores da noite e traz textos que abordam sexo, amor e humor.

Segundo o cineasta e autor de telenovelas Antonio Calmon, a obra de Cannito “remete aos momentos mais deliciosos de Nelson Rodrigues e Plínio Marcos, e resgata a vida como ela é para a ficção brasileira, com humor e arte.”

De autoria de Newton Cannito, o livro é parte integrante de uma obra homônima que inclui uma série de minidocumentários na Terra TV (estreando em setembro) e um espetáculo de Stand-up Comedy.

A Sá Editora edita e comercializa a obra de Cannito, lançando o selo editorial da FICs - Fábrica de Idéias Cinemáticas — no mercado nacional.

A série Confissões de Acompanhantes, exibida pelo Terra TV, apresenta o depoimento de seis garotas de programa, entre elas, a já conhecida do público Bruna Surfistinha. Ao todo, são 15 episódios gravados em estúdio, com três minutos de duração cada, nos quais as prostitutas falam sobre temas diversos: relação com os clientes, dilemas da profissão, família, relacionamentos e, como não poderia deixar de ser, sexo. Além da série na web, Confissões de Acompanhantes, estende-se a outras mídias e se caracteriza, dessa forma, como conteúdo multiplataforma. A empreitada inclui a realização de um espetáculo de humor e a publicação do livro homônimo (Sá Editora / FICs), escrito por Newton Cannito e ilustrado por Anderson.


distribuição da

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O GAROTO PERSA (Bagoas) e outras histórias de Mary Renault













































































Mary Renault

Eileen Mary Challans nasceu em Londres em 1905, sendo a filha primogenita de um médico de “East End”, zona da cidade onde a escritora passou a sua infância. Estudou em Oxford, formando-se em enfermagem na Radcliffe Infirmary, experiência que viria a ser determinante para a sua vida. Trabalhou como enfermeira, publicando o seu primeiro romance em 1939, Purposes of Love, sob o pseudónimo literário de Mary Renault.

Com a obra Return to Night, editada em 1946, foi-lhe atribuído o prémio da Metro Goldwyn Mayer.

Dão-se grandes mudanças na vida de Mary Renault com a sua partida para a África do Sul, em cuja capital, Durban, passa a viver.

Escreveu vários livros sobre a vida e época de Alexandre Magno – The Nature of Alexander (1975) e The Alexander Triology, composta pelas obras Fire From Heaven (1969), The Persian Boy (1972) e Funeral Games (1981) que, curiosamente, foi a sua última obra.


Em alguns dos seus livros, as referências à homossexualidade são explícitas, o que terá originado a alteração de títulos e constituiu um obstáculo à sua publicação nos E.U.A.

Em 1961, Mary Renault passou a ocupar a presidência do PEN Club e, dez anos depois, foi premiada por esta entidade.

Morreu em 1983, com setenta e oito anos, tendo sido uma figura controversa pela sua coragem e antipuritanismo.


Você encontra O Garoto Persa e A mascara de Apolo através de nossos parceiros




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Damas De Paus

Pesquisando sobre Sexualidades, corporalidades e transgêneros, encontrei em diversos trabalhos a citação de um livro de 1994, publicado pelo Centro Editorial e Didatico da UFBA.

Damas De Paus:
O Jogo Aberto Dos Travestis No Espelho Da Mulher
de Neuza Maria de Oliveira
158 páginas

Este é um livro que apesar de datado, deve ser incluido na Biblioteca Básica, pelo pioneirismo e pela dedicação da autora à pesquisa de campo. Óbviamente que os diálogos e depoimentos alí contidos, após 14 anos não afinam com os que estamos acostumados a ouvir hoje em dia, mas o fato de desnudar o Pelourinho sem preocupar-se em buscar "personagens" faz dele um livro verdadeiramente honesto. Afinal quem poderia pensar naquele tempo ouvir tais apartes...

“Aos cinco anos, quando eu dava pro coleguinha da
escola, me disseram que eu era gay. Aos quinze anos descobri
que eu era travesti, e hoje, perto dos quarenta, participando do
movimento GLTTB, me vejo como trans. Na verdade, eu sou
um gay que evoluiu, eu sou um digimon”.
Hanna Suzart, travesti durante o XII Encontro
Brasileiro de Gays, Lésbicas e Travestis, acontecido em
Brasília, entre os dias 08 e 11/11/2005.

“Eu quero dizer pra Hanna que eu não sou um digimon, eu
não sou um brinquedo. Nem sou um gay que evoluiu. Sou uma
travesti”.
Janaína Lima, no mesmo encontro

Leia aqui a introdução que Cecilia Sanderberg fez para o livro

Mãe sempre sabe?


Mãe sempre sabe?
de Edith Modesto
Coleção - CONTRALUZ


Editora RECORD




Edith Modesto é escritora, professora universitária e pesquisadora, mestra e doutora em Semiótica francesa pela USP e escritora de ficção juvenil e de livros para adultos sobre homossexualidade.

Em 1992, descobriu que o caçula de seus sete filhos (seis homens e uma mulher) é homossexual. Desesperada, sentindo-se muito só e completamente ignorante sobre a questão, ela procurou outra mãe como ela para conversar e não encontrou.

Em 1997, formou um pequeno grupo de mães de homossexuais, também para que outras mães tivessem o que ela não teve. Até 1999, o grupo não passava de quatro mães, que se encontravam em sua casa.

Em 1999, o grupo virtual foi fundado e o GPH começou a crescer, principalmente porque Edith criou coragem para divulgar sua existência na mídia.

A partir de julho de 2005, o grupo contou com o apoio psicológico voluntário do psicólogo Klecius Borges, o único especialista em terapia afirmativa no Brasil.

Durante esse tempo, sua fundadora tem feito parcerias com vários grupos de militância e com a Prefeitura de São Paulo, principalmente para falar sobre a diversidade sexual para professores da escola pública.

Em julho de 2006, a Editora Record lançou o livro “Vidas em arco-íris – Depoimentos sobre a homossexualidade”, de autoria da fundadora do GPH, livro feito a partir de 89 entrevistas com homens e mulheres homossexuais, de 15 a 62 anos. Agora lança MÃE SEMPRE SABE? que nos traz uma abordagem franca sobre o complexo e ainda pouco explorado tema da diversidade sexual dentro da família, a fim de fornecer instrumentos emocionais e psicológicos para os pais lidarem com a orientação sexual de seus filhos e filhas.

Lançamento de "Mãe sempre sabe? Mitos e verdades sobre pais e seus filhos homossexuais" dia 18 de outubro, sábado, das 19h às 22h. no Shopping Pátio Paulista - Saraiva MegaStore (próx. Pr. Oswaldo Cruz, no final da av. Paulista) - São Paulo - SP.

Glauco Mattoso

Glauco Mattoso, pseudônimo de Pedro José Ferreira da Silva, (São Paulo, 29 de junho de 1951) é um poeta e escritor brasileiro e é um dos mais radicais representantes da ficção erótica e da poesia fescenina em língua portuguesa, descendente direto de Gregório, Bocage e, em prosa, de Sade e Masoch. Seu nome artístico é um trocadilho com glaucomatoso, termo usado para os que sofrem de glaucoma, doença que o fez perder progressivamente a visão, até a cegueira total em 1995. É também uma alusão a Gregório de Matos, de quem se considera herdeiro na sátira política e na crítica de costumes.





















M(ai)S: antologia sadomasoquista da literatur
a brasileira
de Antonio Vicente Seraphim Pietroforte e Glauco Mattoso (organizadores)
194 páginas


Antes de tudo, é possível falar em literatura sadomasoquista? O SM, assim como homosexualidade, a pedofilia, o feminismo e a política são temas, que podem, ou não serem convertidos em escolas artísticas, entre elas, a literatura.

De que maneira se constrói a temática SM? São necessários dominadores e dominados, deve haver violência e dor convertidos em prazer, pelo menos para um dos dois, mas não apenas isso. Como diz Greimas, em sua semiótica, enquanto os castigos são oriundos de vinganças e reparações de faltas, o sadismo não depende dessas relações, uma vez que o ato sádico se completa em si mesmo. Castigos e vinganças precisam de um motivo que os acione; o sadismo se explica e justifica-se sozinho.

Correlacionado ao erotismo, o sadismo greimasiano dá forma ao tema sadomasoquista, que pode não passar de um tema entre outros temas, ou pode ser eleito como compromisso ético, estético e literário determinante. Uma antologia SM, portanto, deve ter, no mínimo, esse esclarecimento discursivo.


Apresentação: O discurso sadomasoquista
Antonio Vicente Seraphim Pietroforte

Incluídos nessa coletânea:
José de Alencar
Machado de Assis
Valentim Magalhães
Cruz e Sousa
João do Rio
Augusto dos Anjos
Pedro Xisto
Wilma Azevedo
Glauco Mattoso
Delmo Montenegro
Claudio Daniel
Antonio Seraphim Pietroforte
Joca Reiners Terron
Marcelo Sahea
Virna Teixeira
Luiz Roberto Guedes
Horácio Costa
Del Candeias
Frederico Barbosa
Ana Rüsche
Dirceu Villa
Contador Borges
Marcelo Tápia
Luís Venegas
Ivana Arruda Leite
Leila Míccolis
Renata Belmonte
Flávia Rocha
Adelice Souza
Leo Pinto
Ceguinho do Ceará
Victorio Verdan
João Silvério Trevisan
Hugo Guimarães
Gustavo Vinagre
Ronaldo Bressane
Pedro Tostes
Marcelo Mirisola
Caco Pontes
Mário Bortolotto
Ademir Assunção
Marcelino Freire
Leandro Leite Leocadio
Berimba de Jesus


Faca cega
de Glauco Mattoso
120 páginas



Este volume registra quatro aventuras poéticas de Glauco Mattoso, duas delas em parceria com novos talentos de velhos gêneros, tais como Danilo Cymrot na décima e Leo Pinto no soneto. O ciclo que dá título ao livro compõe-se de dez sonetos e conta a história da vítima deficiente que se converte em herói superdotado, graças à credulidade do povo e à marginalidade que o cerca. O segundo ciclo narra uma saga mais extensa, composta de quarenta sonetos, adiante comentados. Os ciclos terceiro e quarto são pelejas de Glauco Mattoso, respectivamente com Cymrot e Pinto, nas quais o duelo entre mestre e discípulos serve de laboratório à experimentação temática e formal nesse tradicional pingue-pongue versificado: a “Peleja de Danilo Cymrot com Glauco Mattoso” (2005) e o“Epistolário escatológico de Leo Pinto” (2007) são resultado do diálogo internáutico que Mattoso manteve com dois de seus alunos numa oficina poética. Na “Peleja”, as décimas se pautam pela “deixa”, praxe popularizada pelos cordelistas e cantadores. Já o “Epistolário”, composto de sonetos, foge ao costume nordestino para remontar aos jogos barrocos e arcádicos, ainda que contextualizado na pós-modernidade.


Confira o Soneto do Pistolão

SONETO DO PISTOLÃO (#32)

O cara é do partido governista
e em tudo uma influência ele trafica.
Praquele gabinete alguém me indica
e brilha seu olhinho, mal me avista!
Percebo que emplaquei outra conquista:
me trata friamente, até que fica

difícil disfarçar que minha pica deseja,
mas eu quero que ele insista!

Não tarda, estou sentado à sua mesa,

vestindo terno, e apóio os pés cruzados
no braço da poltrona, de surpresa!
Só falta ele os sapatos engraxados

lamber até lustrar!
A rola tesa
divide seu olhar
com meus solados!


LANÇAMENTOS DA
Annablume, Dix Editorial

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Bagoas

Bagoas (em persa antiga Bagoi) foi um eunuco no Império Persa no 4 º século AC. Asseguram que ele era o amante de Dario III e depois de sua morte morte, de Alexandre o Grande.

Bagoas é o narrador e personagem título de O Garoto persa (The Persian Boy), o romance histórico de Mary Renault. Ele aparece em um menor, mas ainda significativo papel na sequencia Funeral Games.

Confira aqui a sua personagem no cinema





terça-feira, 7 de outubro de 2008

ABRINDO O ARMÁRIO


ABRINDO O ARMÁRIO Encontrando uma nova maneira de amar e ser feliz de Julio Wiziack


Nº de páginas - 88

Você sabe o que é esconder um segredo a sete chaves com medo de ser humilhado, rejeitado, caso alguém o descubra? E se esse segredo for uma parte de você mesmo, algo de que você não tem culpa alguma e o desprezo vier de seus parentes e amigos mais próximos? É por isso que muita gente se tranca com segredo e tudo num lugar solitário, sombrio e misterioso: o armário!

Mas que sensação maravilhosa libertar-se, livrar-se dos medos e angústias, sair dessa escuridão e, simplesmente, ser o que se é. É essa incontida alegria que emana do livro Abrindo o armário – encontrando uma nova maneira de amar e ser feliz, escrito por Julio Wiziack.

Para Julio, a homossexualidade nunca foi um problema, mas a homofobia sim: ela "está lá despudorada, segurando aquela bolsinha católica toda vez que me vê caminhando de mãos dadas com meu namorado. Também se faz notar na cara feia para as meninas que se beijam num banco de praça. E melindrosamente se disfarça no instante em que um garoto efeminado ouve não ao seu pedido de emprego".

Por meio de uma série de relatos muito sinceros e bem-humorados, Julio nos conta como foi afundar numa forçada relação heterossexual que, por pouco, não terminou em casamento; como foi o momento em que abriu o jogo com o seu pai, cheio de planos para os tão sonhados netos; como foi contar pra toda a família: mãe, irmã, tias e avó; como é assumir em pleno trabalho, encarando chefe e colegas.

Em todas essas situações, sair do armário pode ser algo bem complicado, uma tarefa quase impossível para alguns. O incentivo e o apoio vieram de Betina ("a mulher mais bicha que já conheci"), sua melhor amiga (sim, pois todo gay que se preza tem uma grande amiga!). Nessa hora, amigos são muito importantes, mas nada como um bom terapeuta para ajudar a desatar os nós, tocar nos pontos certos e estimular as descobertas. Os conselhos e explicações do Dr. Klécius Borges, o primeiro terapeuta brasileiro a se dedicar à terapia afirmativa especificamente para clientes gays, foram fundamentais para as decisões que mudaram a vida de Julio. Generosamente, Julio divide com o leitor os ensinamentos e sacadas proporcionados pelos papos com o psicólogo.

Em seu texto leve e muito bem escrito, cheio de pertinentes posicionamentos, Julio revela ao leitor como aprendeu a ficar mais atento a suas atitudes e sentimentos, de modo a livrar-se de culpa, medos e preconceitos. Pois somos todos empurrados pra dentro de um armário quando repetimos uma piadinha preconceituosa; quando um estabelecimento comercial expulsa duas pessoas do mesmo sexo apenas por terem demonstrado afeto entre si; quando as autoridades transformam vítimas em réus apenas por não serem heterossexuais.

Abrindo o armário é um livro que vai ajudar muito a quem está trancado, assim como a todas as pessoas que convivem com alguém assim. Além disso, este livro também é de grande ajuda para quem já se assumiu, para quem quer construir uma relação estável baseada na franqueza consigo mesmo, com o outro e com o mundo.

SEXO TROCADO


SEXO TROCADO
de John Colapinto

320 páginas

Sexo Trocado ("As The Nature Made Him") de John Colapinto. Este livro detalha a persistência da identidade de gênero masculina e a adesão a um papel social de gênero masculino de uma pessoa cujo pênis foi totalmente destruído logo após o nascimento devido a uma circuncisão mal feita, e que foi então subseqüentemente redesignado pela construção de uma genitália feminina.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Pierre et Gilles


Os artistas gays franceses Pierre Commoy (fotógrafo) e Gilles Blanchard (pintor) formam uma parceria artistica de longa data além de serem um par, digamos, romantico. Eles produzem fotografias altamente estilizadas, construindo com retoques um ambiente todo especial. Muitas vezes os seus trabalhos partem de imagens com características de cultura popular, outras vezes remetem à cultura gay (especialmente James Bidgood) incluindo um pouco do que chamam de pornografia , e religião.

Pierre Commoy, o fotógrafo, nasceu em 1949 em La Roche-sur-Yon. Gilles Blanchard, o pintor, nasceu em 1953 em Le Havre. Após estudos arte, instalaram-se em Paris em 1973, quando se encontraram em 1976, e começaram a trabalhar em conjunto.

As estrelas fotografadas por Pierre et Gilles incluem músicos como Lio, Khaled, Étienne Daho, Marie França, Mikado, Marc Almond, Marilyn Manson, Madonna, Kylie Minogue, José Carreras, Deee-Lite, The Creatures, Nina Hagen e CocoRosie ;e ainda modelo Naomi Campbell, a atriz Catherine Deneuve, ator Layke Anderson e designer Jean-Paul Gaultier.

A dupla "Pierre et Gilles", como ficaram conhecidos, compõe uma obra instigante, ácida, marcada pelo diálogo com a cultura pop. A obra é adensada pelas influências arcaicas da cultura européia, tais como um catolicismo de louvação e sincretismos da cultura massificada. O pop, a cultura homoerótica, a publicidade, a banalidade da vida cotidiana, o kitsch e a prática do retrato são elementos recorrentes. Acabaram por tornarem-se ícones da arte gay.

O livro que aqui apresentamos tem inspiração na vida aventureira e boêmia dos marinheiros. Confira aqui algumas imagens.

Raul Galalite

domingo, 5 de outubro de 2008

BEEFCAKE


BEEFCAKE
The Muscle Magazines os America 1950-1970
F. Valentine Hooven,III

O termo Beefcake é muitas vezes utilizado para designar uma postura da imagem ideal sexual masculina baseada na atratividade física resultante da construção do corpo, mas também é usada por homens e mulheres interessados em fisiculturismo e musculação.

Beefcake era o padrão para atores masculinos . Já em 1920 as fotografias que foram tiradas de astros tais como Rudolph Valentino e Ramón Novarro destacavam o apelo físico. Por certo eram mais raros esses registros fotográficos com os atores que tinham seus filmes rodados com temas que não envolviam selva. Não eram filmes como os de Johnny Weissmuller (Tarzan) e Buster Crabbe. Na década de 1940 viu-se o crescimento desse tipo de foto e os astros eram Tyrone Power, Guy Madison, Sterling Hayden e Victor Mature; as revistas de cinema década de 1950 fotografava de sunga ou shorts atores como Tony Curtis, Rock Hudson, Tab Hunter, Jeff Chandler , Robert Conrad e Robert Wagner . Este período também incluiu o aumento da publicação de revistas de fisiculturismo, que continuam a serem populares .


Outros atores que ocasionalmente eram prodizidos para registros beefcake ao longo dos anos eran Errol Flynn, Robert Taylor, John Payne, Jeffrey Hunter, Rory Calhoun, Peter Lupus, Rod Taylor e Joe Dallesandro.

As Beefcake magazines foram revistas publicadas na América do Norte nos anos 1930 a 1960 que apresentavam fotos que tinham como atrativo a massa muscular de jovens atletas. Logo de início seu principal mercado foi de gays, e até a década de 1960, eram normalmente apresentados como sendo revistas dedicadas ao fomento de fitness e saúde: os modelos eram mostrados muitas vezes demonstrando exercícios. Devido ao contrôle conservador e homofóbico da cultura da época, e por causa das leis de censura leis, a dita pornografia gay não poderia ser vendida abertamente.

Sendo assim a comunidade Gay voltou-se para beefcake, que poderia ser vendidas nas bancas de jornal, livrarias e drugstores. As Beefcake eram muitas vezes a única ligação que a comunidade gay tinha de sua sexualidade. O pioneiro Bob Mizer 's Athletic Model Guild, ou AMG, produziu o primeiro nu total . Junto com ele vieram os filmes (documentários) Beefcake e o natural crescimento da indústria Beefcake magazine.

Neste livro você fará uma viagem curiosa por esse padrão de fotografia e desenho, que por vezes é extremamente curioso e passa todo o kitsche que imperava em décadas passadas. O livro além de uma bem fundamentada introdução nos brinda com o "melhor" das revistas de "músculos" entre 1950 e 1970 nos Estados Unidos.

Raul Galalite

Confira aqui algumas fotos

Um lançamento da
Taschen

Falo no jardim


Falo no jardim Priapéia grega, priapéia latina de João Ângelo Oliva Neto

Páginas - 432
Capa dura e ilustrações


Este livro nos oferece os originais de poemas gregos e latinos, tendo como figura central Priapo, deus fálico, protetor da fecundidade e da fertilidade, e, ao lado, rigorosa tradução poética em língua portuguesa. Apresenta notas explicativas que auxiliam a compreensão do texto. Além disso, o livro contém 60 imagens de esculturas, pinturas, mosaicos, relevos, que figuram Priapo, como outras divindades e até objetos cotidianos em que se representa o falo. Traz também poemas priapeus do Brasil, Portugal e Itália.

Podemos dizer que Falo no Jardim é um livro de poesia para quem gosta de poesia antiga – grega e latina – composta em um arco de tempo que se estende do século III a.C. até o século VI d.C. Traz texto e tradução em verso de todos os oitenta e seis poemas anônimos da Priapéia Latina e dos trinta e sete da Priapéia Grega, realizados por João Angelo Oliva Neto para o doutoramento, orientado pelo professor Antônio Medina Rodrigues. Os poemas, relativos a Priapo, deus da fecundidade, carregam o caráter desse deus que dita o teor dos textos.


Assunto: Col. Clássicos Comentados 5, Poesia, Literatura estrangeira, Mitologia


UMA EDIÇÃO Editora Unicamp Co-Edição - Ateliê Editorial

No escurinho do cinema: cenas de um público implícito


No escurinho do cinema:
cenas de um público implícito

de Alexandre Fleming Câmara Vale
176 páginas

Este livro é o resultado de uma pesquisa antropológica numa das salas do cinqüentenário e hoje extinto Cine Jangada. Tendo como pano de fundo a história das salas de exibição de Fortaleza, bem como os arranjos do circuito exibidor local, Alexandre Fleming realiza, para além do exótico e do anedótico, uma reflexão etnograficamente informada sobre os guetos da cidade. Apresenta o processo reordenador da geografia das salas de exibição: no centro, a pornografia vira destino, desaparecem as grandes salas e os shoppings passam a ser a nova morada do cinema.

Áreas e temas de interesse: antropologia, história, cinema e pornografia, homossexualismo


UM LANÇAMENTO
ANNABLUME

sábado, 4 de outubro de 2008

Revista Bagoas



A revista Bagoas é uma publicação semestral do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A revista publica artigos resultantes de estudos teóricos e pesquisas empíricas sobre gênero, sexualidade, homossexualidade, destacando espaço para os estudos gays, nomeadamente as reflexões sobre o homoerotismo, lesbianismo, transgêneros, conjugalidades e parentalidades homossexuais, identidades GLBTT. Publica igualmente trabalhos de teoria social, análises da política e reflexões sobre direitos humanos que constituam contribuições ao pensamento crítico sobre as temáticas centrais da proposta editorial. Uma seção é dedicada a resenhas.

Hoje, a pesquisa e a abordagem dos temas da sexualidade, gênero e, em particular, da homossexualidade, por intelectuais universitários e pesquisadores acadêmicos, constituem uma realidade em diversas universidades e em diversos países. Todavia, a inexistência de revistas acadêmicas específicas que sejam espaços para a publicação dos trabalhos resultantes de seus estudos é igualmente uma realidade sentida por muitos. A pretensão da revista Bagoas é ser um espaço para a publicação do resultado dos trabalhos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, ocupados com o estudo dos temas mencionados, de maneira a tornar-se um espaço de conhecimento e discussão sobre questões que, embora conservem o tratamento conceitual e intelectual, extrapolam o mero interesse acadêmico.

No título, é homenageada a figura de Bagoas, eunuco persa, dançarino, que pertenceu à corte de Dario III e, posteriormente, à corte de Alexandre Magno. Bagoas (ou Bagoi no idioma persa antigo) viveu no século 4, acredita-se que faleceu no ano de 336. Descrito como dono de uma beleza incomparável e exímio dançarino, andrógino, foi um dos cortesãos e amantes preferidos de Alexandre, o Grande. Segundo John Boswell, em seu Cristianismo, tolerância y homosexualidad, para Alexandre Magno, Bagoas “foi indiscutivelmente o centro erótico de sua vida”. Para historiadores, ele igualmente teria influenciado de maneira importante o modo como Alexandre se relacionou com os povos conquistados, integrando-os ao seu império.

Nessa homenagem, Bagoas representa a tradição homoerótica das culturas da Antiguidade, portanto, uma realidade afastada da tradição moderna ocidental que baniu a homossexualidade para o campo das práticas estigmatizadas pelos discursos médico, jurídico e religioso. Bagoas é igualmente a figura da androginia, das possibilidades de gênero, da pluralidade do desejo, das multiplicidades do ser. Ele exprime a idéia que funda a revista: homens e mulheres, como seres culturais e de desejo e imaginação, podem ser diversos, podem viver de muitas maneiras, podem criar multiplicados estilos e modos de vida. Contra os fundamentalismos e os colonialismos ainda existentes, Bagoas representa igualmente uma imagem pela integração dos povos, integração das culturas. Homenagem às mestiçagens de gentes, idéias, desejos. Um posicionamento pelo fim das fronteiras, pela abertura à migração de pessoas por seus desejos, projetos, sonhos.

ARTIGOS


1. Proibições, abolições e a imaginação de políticas inclusivas para o trabalho sexual
Fernando Bessa Ribeiro

2. Homosexualidad y cristianismo en tensión: la percepción de los homosexuales a través de los documentos oficiales de la Iglesia Católica
Juan Cornejo Espejo

3. A invenção da homossexualidade
Paulo Roberto Ceccarelli

4. Investigação epistemológica das homossexualidades masculinas em Freud: uma perspectiva lewino-bruniana
Ricardo Lincoln Laranjeira Barrocas

5. Antropologia e sexualidade: por um descentramento da enunciação científica
Alexandre Câmara Vale

6. Epifanias da homoafetividade ou o choque anafilático sofrido por Anthony Giddens ao ingerir Caio Fernando de Abreu
Durval Muniz de Albuquerque Junior

7. Aquenda a metodologia! Uma proposta a partir da análise de Avental todo sujo de ovo
Leandro Colling

8. Do altar para as ruas: luta, resistência e construção identitária de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros
Astor Vieira Júnior

9. As diferenças e os "diferentes" na construção da cidadania gay: dilemas para o debate sobre os novos sujeitos de direito
Murilo Peixoto de Mota

10. Identidade e sociabilidade em comunidades virtuais gays
Gisele Marchiori Nussbaumer

11. Realidade e ficção na transvaloração filosófica: vontade de poder e a afirmação da existência
Joana Brito de Lima

um lançamento