de Glauco Mattoso
111 páginas
A série "Mattosiana" reorganiza a obra poética e ficcionista de GM, publicando os sonetos e contos inéditos, em volumes temáticos, e reeditanto, paulatinamente, os títulos esgotados.
Neste segundo volume, Mattoso inclui quatro ciclos de sonetos, os dois primeiros dedicados, respectivamente, às espécies aracnídeas (ou equivalentes, em termos de fobia) e ao gênero punk, e os dois últimos introduzindo personagens humanos e humanóides, como a gorda e o rato, este em homenagem a Fernando Gonsales, criador do Níquel Náusea.
Confira o Soneto das espécies peçonhentas
Está Belo Horizonte, ao que me diz
o amigo afeito às letras, infestada
demais de escorpiões, e não é nada
ameno o que contava-me, infeliz:
"Livrei-me, caro Glauco, por um triz
da aguda e venenosa ferroada!
À noite, ao me deitar, dei uma olhada
na cama, e acreditar quase não quis!"
"Debaixo do meu fofo travesseiro
estava o agigantado e repelente
espécime! Tremeu-me o corpo inteiro!"
"Matei-o, mas não durmo mais!" Que aumente
um ponto ao conto o douto autor mineiro,
mas mesmo uma aranhinha assusta a gente...
Glauco Mattoso, paulistano de 1951, é um dos mais radicais representantes da ficção erótica e da poesia fescenina em língua portuguesa, descendente direto de Gregório, Bocage e, em prosa, de Sade e Masoch.
Neste segundo volume, Mattoso inclui quatro ciclos de sonetos, os dois primeiros dedicados, respectivamente, às espécies aracnídeas (ou equivalentes, em termos de fobia) e ao gênero punk, e os dois últimos introduzindo personagens humanos e humanóides, como a gorda e o rato, este em homenagem a Fernando Gonsales, criador do Níquel Náusea.
Confira o Soneto das espécies peçonhentas
Está Belo Horizonte, ao que me diz
o amigo afeito às letras, infestada
demais de escorpiões, e não é nada
ameno o que contava-me, infeliz:
"Livrei-me, caro Glauco, por um triz
da aguda e venenosa ferroada!
À noite, ao me deitar, dei uma olhada
na cama, e acreditar quase não quis!"
"Debaixo do meu fofo travesseiro
estava o agigantado e repelente
espécime! Tremeu-me o corpo inteiro!"
"Matei-o, mas não durmo mais!" Que aumente
um ponto ao conto o douto autor mineiro,
mas mesmo uma aranhinha assusta a gente...
Glauco Mattoso, paulistano de 1951, é um dos mais radicais representantes da ficção erótica e da poesia fescenina em língua portuguesa, descendente direto de Gregório, Bocage e, em prosa, de Sade e Masoch.
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